segunda-feira, 7 de julho de 2025

OS MORTOS SABEM DANÇAR

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DA MÚSICA DO VÍDEO POSTADO NO FIM. Sem ela, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche)


Escrevo, Mas escrever não é saber, Confesso, Mas não morro como padre que nada ouve no sacramento da penitência, Trato logo de casar e gerar filhos que coincidam o numinoso com a realidade, Assim as mesmas mentes, Oníricas e vigeis, Unem-se na imaginação e além dela, Vi o sentimento inquieto da mulher das cores, Magoado, Oculto, E aterrador, Então criei-lhe um novo mundo secreto, E este arrancou-lhe o coração que lhe apunhalara, E a levou até a baixa idade média, Onde um lusitano arcaico conta uma história que, Antes e durante, A desconhece, E vai descobrir o novo universo da homossexual feminina e colorida, E será o único a lê-la depois de pronta, Em troca, Sou lançado num conflito armado e desprevenido, Sou raso, No lugar de uma contraofensiva, Sou levado para cima de onde salto para não morrer, Para ouvir uma canção de ninar de bebê para soldado, Minha guerra é um grito com voz de criança, A ela sou uma lira que ao silêncio consagra, Que a Deus glorifico no céu, E Ele perece flagelado como seu filho na terra, Não tão cruel como o inferno astral sem costa marítima, Recorro à cartomante, E dela despeço-me pela mente, E do grande perigo de corpo ausente, De temor, Muitas vezes maior que o próprio risco, Bem diferente da velha combatente com arco de teixo, Que me recebe em sua mais recente vida, Esta existência que me produz e me deixa produzir, Eleva-me a um intrincado labirinto de animais falantes, Desce-me a um subterrâneo de simpáticos humanos idênticos, Viajando-me no tempo, Até a época medieval, Onde minha amada vira freira, E em nossas horas de tédio de memória, De saudade, Andamos, Um pelo outro, Solitários numa praia de dia nublado, Esperando nos rever como uma enfermeira e um combalido num campo de batalha, Como um pai e uma filha na primeira vez que chego a um noivado, E em troca, Sou avistado por quem cuida de enfermos e recém-nascidos, Morenas de roxo e branco, Me vejo diante de um técnico de futebol sem saída para o mar, Prometendo um novo rolo compressor, Encontro a homônima de minha caçula sentada no canto da segunda casa do arqueiro, E o presidente assassinado na base de lançamentos para o espaço sideral, Saio desta noite alta, Dessa noite morta, E vou dar numa região de coronelismo, De clientelismo, Que leva no nome o dia dos que conheceram a morte e viveram, Dos que dominaram a vida e morreram, Trabalho arduamente para mudar as divisas de minha mediocridade e avançá-la no passado, E lá, Aparentemente calmo e imperturbável, Minha cólera impotente é desafiada por uma enigmática trindade, O redentor na proa de um barco, Compenetrado, A rainha virgem deitada no fundo de um lago, Sorrindo de felicidade, O abominável homem das neves bradando do topo mais alto, Sou conduzido de volta à minha imortal milha quadrada, E um amigo esquecido convida-me a juntar-se à sua invenção, Outro, Ainda solteiro, Pede-me desculpas pela bagunça em sua casa, Saímos para tomar o chá das 5, Em noite ainda iluminada por lampião, Ele me canta canções inéditas antes do lançamento oficial, Resolvo entrar no espírito da trama, Meu pai finalmente me chama, Chego a um hospital num campo de Marte, Gero um campo de Vênus para a mãe de uma de minhas vítimas, Ela me pede ajuda, Então faço seu paciente japonês adiar seu suicídio por uma semana, São presentes dos mortos que não sei como pagar, Que, indesejado, Não sei como agradecer e com eles ficar, Nem numa berlinda, Nem num auditório, Saio deste sonho pela porta de uma igreja, Ladeira abaixo com cordão de isolamento desde o altar, Com loiras, Ruivas, Morenas, Uma velha e uma brotoeja, Em harmonia, Põem nos meus ouvidos todo o talento que a natureza não me concedeu, Um som celestial, Uma mágica no ar, Que confia-me a cidade que quer sair da escuridão, E ela me faz revelações abismais, E obrigo-me muito mais quando souber como escrever, O que se faz quando o sol está frio demais.

ABAIXO DO DÉCIMO NÍVEL


Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

Tem pessoas, Tem mentes, Abaixo do nível, Tem um pouco de tudo, Onde tudo é possível, Fragmentos de pensamentos, Inteirezas de vidas, Vivências de naturezas, Antes dos tempos, Antes das mortes, Muitas chuvas e sóis, Muitas realezas, Tem sonos pesados, Sonhos resplandecentes, Tem flutuações, Elevações, Projeções à frente, Tem sonos leves, Voos descendentes, Tem saltos profundos, Sentem e não sentem, Tem voos planados, Começos de vertentes, Tem corpos, Plenitudes, Fluências de gentes, Espíritos espiritualizando, Dimensões viventes, Abaixo do décimo nível, Aprofundam os inconscientes, Tem aterragens, Solidezes, Andanças constantes, Entes sem pressa, Mentes conscientes, Tem seres vígeis, Seres oníricos, Noites, Dias, Os todos empíricos, Tem flores dos desconhecidos, Abaixo do nível, Comoções nas revelações, Onde tudo é possível, Tem femininos, Masculinos, Machas, Machos, Tem voos pairando, Pensamentos pensando, Sem cachas, Sem cachos, Tem cognições, Absolutismos substituindo, Ovos cósmicos, Rebentos expandindo, Tem mártires, Primórdios, Começos de caos, Explosões de  estrelas, Supernovas de naus, Visitantes involuntárias, Tem ideias mudadas, Onde tudo funciona, Onde são amadas, Amadas, Tem decisões, Conexões, Fêmeas, Fêmeos, Tem muito de tudo, Ovos cósmicos gêmeos, Décimo nível abaixo abrindo os portais, Onde superfícies e profundidades não são iguais, Tem Evas, Pessoas, Adãos, Dionísios, Maçãs nas bocas, Tem expulsões dos Elísios, Décimo nível abaixo abrindo os portais, Onde superfícies e profundidades não são iguais, Pessoas, Mentes, Abaixo do nível, Um pouco de tudo, Onde tudo é possível, Tem decisões, Conexões, Fêmeas, Fêmeos, Horizontes de eventos, Buracos negros trigêmeos, Décimo nível abaixo abrindo os portais, Onde superfícies e profundidades não são iguais, Pessoas, Mentes, Abaixo, Níveis, Poucos, Tudo, Possíveis, Fragmentos, Pensamentos, Vidas, Naturezas, Tempos, Mortes, Chuvas, Sóis, Realezas, Décimo nível abaixo abrindo os portais, Onde superfícies e profundidades não são iguais.

FLASHING PENDULUM

Ideia concebida por minha filha, Ana Carolina, aos 10 anos de idade.  Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

As pêndulas orvalhadas despertam o dia, Revelam a pulsação da vida, Na toada musical das horas, Ísis, Invisível, Junta fragmentos desconstruídos de Osíris, Set retorna verde, Com um bastão, Para bater, Choro, Horus, Póstumo e imperceptível como a mãe, Como um veloz tufão em quebradas ínvias, Desaparece-o, Entroniza no ar esferas multicoloridas, Tremeluzindo e crescendo, Preenchendo todos os cantos do espaço, Bailando formas infinitas, Cerro meus olhos a elas, Amando nelas minha própria beleza, Na escuridão elas parecem canas, De doces verdes, Estendendo-se num plantio, Disformes e ondeantes bailadeiras que acompanham o alcance de minha visão, Sem perderem-se em suas fascinantes figurações, Assim como estes meus verdes anos que me retém, E nesta mesma dança undosa, Falta de luz, Vento, E frio, As bolas verdoengas amadurecem bolas roxas, Fazendo toda sorte de acrobacias, Até passarem-me pelo sono, E acordada, Vejo um gato preto saltar dum armário, Vindo a mim rastejando como cobra, Enquanto um gato branco enfia-se num casaco, Me desatenta, E o preto me chega sem olhos, Pisco, Horus subtrai-o, Na velhice de um homem antigo, Em preto e branco, De chapéu e bigode, Gravata vermelha, Pisco, Horus some-o, Na antiguidade de Mona Lisa, De cabelo longo e negro, Vestida de esmeralda, Preocupada, Pisco, Horus esconde-a, Na antigualha de uma menina de oito anos, Vestida de boneca, Segurando um urso de pelúcia rosa, Todo costurado, Pisco, Ela Some, Pisco, Ela volta, Sorri, O urso de pelúcia sangra negro pela boca, O gato preto volta e se senta entre minhas pernas, Pisco, Horus leva-o, Pisco, Horus o traz mais perto, Fala estrangeirado, Chegou sua hora, E extravia-se, E meus pais me chamam para sair, No bosque em frente à minha casa, Surgem o homem antigo e a mulher Mona Lisa, Abrindo caminho por entre o matagal, Sangrando negro, A mulher descabelada, O homem com a cartola estragada, Cheia de folhas, Entro no carro e sinto a presença do gato preto, É o mesmo do armário, O mesmo que sempre surge com meus olhos abertos ou fechados, Ísis, Ainda Invisível, Me consola, Aqui jaz o gatinho Butters, Leal de verdade, Queria salvar a criança, Mas não conseguiu, Era tarde demais, A casa estava em chamas, Butters cruzou a rua, Foi atropelado por um carro, E morreu, O homem antigo e a mulher Mona Lisa não se importaram, Mas triste ficou a menina boneca, Que acariciava Butters nas costas, Se salvou, Butters não ficou sabendo, Mas você ficou.

domingo, 6 de julho de 2025

PEDRA QUE ROLA



Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98




Solitária ela é, Doce a ela é o invisível sorriso de um anjo, Em seu isolamento, Sozinho e perdido é este planeta neste universo infindável, Pouco assistida ela está, Sussurra canções melancólicas, Acompanhando-se ao batimento do coração, Brilhando o anil, Florido, Da alma, Sem nenhum amor para vê-la aflita, Vagar morredoura e serena por entre estas vidas, Muito acompanhado está o cosmos, De incalculável quantidade de estrelas, Todas diferentes, Em dimensão, Nuança, Luminosidade, Atividade, Longevidade, Aos olhos dela, Unidas, Iguais, De uma só matiz, Uma visão romântica com a cor de um sonho, Arquipélagos de branca luz na imensidão de um mar negro, Guardando insuperável distância entre eles, Desconhecendo-se, Muito acompanhada está ela, De findáveis e reposições de existências, Todas desiguais, No corpo, Pele, Aura, Febre, Mortalidade, Aos propósitos de Deus, Crescidas, Multiplicadas, De sua única imagem, Religião oportuna contaminando sua fé, Gêneros humanos espremidos em grandes ilhas na imensidão de um mar azul, Guardando inevitável proximidade entre eles, Ignorando-se, Por conta própria ela está, Desconhecida, Sem endereço, Sem tempo para não trabalhar, Doze meses de cada ano, Vividos de árduos lavores, Vestem o vão nas sombras tristes deste mundo, E noutras partes putrefatas a céu aberto, Calça sandálias, Touca os cabelos lisos com simplicidade, Traja o vestido mais humilde, Orgulho jogado numa lata de lixo, Vasculhado para encontrar uma refeição, Encontrar uma esmola abandonada pelo mendigo, O auge é da humilhação, A escola da vida, O saber das ruas, Solitária ela está, Em chagas está a boca de sua personalidade, Inchados os lábios de sua dignidade, Dificultando a ingestão da sociedade, Talvez amanhã seja outro dia, Como todos os dias são, A terra girando rápida, Parada sob seus pés, O universo parado aos seus olhos, Expandindo-se com espantosa velocidade, Inquieta ela é, Uma pedra que rola, Não cria limo, Não esverdeia a água doce, Não tem sujidade verdoenga entre o ranger dos dentes, Não imunda o mundo, Não passa de um número ambulante na humanidade, Uma estrela catalogada.

EXPRESSÃO DO AMOR

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

Sua amizade sincera e espontânea que me é facultada, E uma lágrima que enruga seus olhos quase marejados, Mas severos, E que não se distraem com seus cabelos flutuando ao vento, Detém minha ânsia de antecipar-me aos seus pensamentos, E obrigam-me a descer ao subterrâneo da sede de meus sentimentos em busca de um repositório de palavras próprias para expressões tão sublimes e verdadeiras, E que lá foram esquecidas pelo tempo, E sobem-me ao peito manifestações de sua visão que deixam em meu espírito impressões profundas e inexprimíveis, De tanta suavidade no seu falar quase sussurrando, Neste seu vago e silencioso momento, Em que seu mudo contemplar no meu repousa, Como quem tem uma paixão duradoura, Como quem quer se doar por inteira, Alguém que ouve meu coração palpitar, Que não deixa se precipitar, Alguém que serena minha ansiedade nas extremidades e no centro, Que nada atina para o que sinto por fora, Mas tudo percebe o que me vai por dentro, E depois de tanto tempo que estive de você tão distante, Entre te ler e te ouvir, Entre querer te ver e te sentir, Sempre pressenti em você uma disposição muito maior que um simples romance, E agora tão próximo, Entre minha vontade de muito lhe falar e muito te explicar, Entre minha pressa de te abraçar e te beijar, Se ufana primeiro uma suprema felicidade de pertencer-te, Porque uma verdadeira expressão de amor está no seu olhar.

SER EXCEPCIONAL




Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98

O céu desenhou seu animal favorito
Chamou a atenção da rua inteira
A imagem logo se desfez no infinito
Apenas uma nuvem passageira

Já tem uma neta
Mal conhece a mãe dela
Uma família unida era sua meta
Sua intenção ficou pintada numa tela

Um sorriso tem seus olhos como alvo
Seu coração retumba de emoção lá do fundo
Hoje teve seu dia ganho e um amor salvo
Mas o sorriso é para todo mundo

Uma filha tornou-se diarista
Teria com quem compartilhar pensamentos
A enfermidade trouxe miséria e foi fatalista
Transformaram-nos em estranhos sem sentimentos

Uma profusão de estrelas cadentes na madrugada solitária
Uma oportunidade de fazer todos os pedidos acumulados
Apenas um espetáculo efêmero para uma felicidade imaginária
Apenas a chuva de meteoros de todos meses oitavos

Outra filha tornou-se penosa
Teria com quem compartilhar a mesma dor
A incompreensão trouxe indiferença e foi vitoriosa
Tornaram-nos em inimigos no amor

Gostaria de voltar no tempo
Fazer alguma mudança
Apagar todo lamento
Voltar a ser criança

Gostaria de ser uma pessoa especial
Que o mundo ainda não tem
Mas é menos que uma pessoa normal
Menos que qualquer outro alguém



sábado, 5 de julho de 2025

PROVAÇÃO


Das tripas coração
Um passo de cada vez
Cada dia um leão
Um por dois e três

Perdido no mato
No mar que não está para peixe
Caçando com gato
Nervos e ossos em feixe

Despencado do céu
Pensamentos tortos
Noites ao léu
Ressuscitado dos mortos

Brotando das entranhas
Renascendo das escórias
Removendo montanhas
Sonhando com glórias

Recomeçando de baixo
Dando a volta por cima
Guiado por um facho
Atravessando uma rima

Carregando sua cruz
Flagelado num rito
Esperando por uma luz
Não entrega o espírito

TENHO MILHÕES DE INIMIGOS

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DA MÚSICA DO VÍDEO POSTADO NO FIM. Sem ela, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche)


Preciso jogar uma bomba atômica na capital, Executar, Sumariamente, Todos que são contra a pena de morte, Capar o estuprador de crianças, E deixá-lo completamente banguela na cadeia, Preciso cortar as mãos do ladrão em praça pública, Minha desonestidade é difícil de ocultar, Todos meus credores sabem onde me encontrar, Quero fazer justiça com as próprias mãos, Ter o direito de matar para me proteger, Porque o ser humano vale menos que meu cão, E deveria somente comer as migalhas que ele deixa no chão, E lamber as pérolas pagãs que lhe são atiradas, Minha verdade é fácil de entender, Mas todos preferem se esconder, Quero soltar o diabo de garrafa, Para comemorar todas as imposturas em nome de Jesus, E tomar de vez o lugar deixado por deus, Ele pode conceder aos estabanados como eu, Mais tempo para rezar pela minha alma, Minhas mentiras sempre foram escancaradas, As inconsequências de meus atos apenas diagnosticadas, Fantasmas não aparecem em minha casa, Os mortos não me respondem, Preciso matar alguém na minha frente, Para ver se ele logo me ouve, Decepar sua cabeça, Para ver se ele olha em meus olhos por uns instantes enquanto o seguro pelos seus cabelos, Minha maldade ainda conhece limite, Contanto que a sua não me irrite, Quero construir um crematório onde caibam todos os políticos, Providenciar cabrestos para todos os eleitores, Ensiná-los a trabalhar na roça, A puxar carroça, A estercar para fertilizar o solo, Minha família de araque era adorável, Mas não tão familiar, Quem a tivesse não precisava de inimigos, Os meus aprenderam meu nome sem precisar decorar, Os pretensos intelectuais são afrescalhados, E desconhecem seus complexos de inferioridade, Pensam que estão acima do bem e do mal, Dos vasos sanitários e das fossas sépticas, Pseudo celebridades que preferem o cheiro de suas fezes ao do povo, Minha autenticidade é a ojeriza dos politicamente corretos, E é por isso que eles deixam meus ouvidos quietos, Quero dizimar com armas químicas e biológicas todos os que dizem que este é o pais do futuro, Eles não têm noção de tempo e espaço, Não tomam semancol, Não usam desconfiômetro, Pregam o lema de cada um para si e deus para todos, E eu não posso desperdiçar meu ódio com esses hipócritas engôdos, Achando que suas indiferenças me impedem de ser o que eles gostariam que eu não fosse, Vão tomar naquele lugar, Seus cus-doces.

O PRIMEIRO BEIJO


Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98


Tinha meus longes de que, Mais dia, Menos dia, Em meus lábios o teria, Chegando com inesquecível magia, Porque eram tempos, Que proclamavam aos quatro ventos, Que eram tantos os nossos momentos de felicidade, Que faziam-nos sentir estar vivendo em um lugar mágico, Que em nossa tenra idade, Em nossos tenros anos adolescentes, O que mais poderia acontecer de trágico, Eram nossos ingênuos corações falarem pelas nossas mentes, Que antes de me apaixonar, Antes de alguém dizer me amar, O primeiro a me beijar, Deixaria todos os demais a desejar.


SALOME



Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DA MÚSICA DO VÍDEO POSTADO NO FIM. Sem ela, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche)

Aurora da religião
Deus fêmeo
Egeu berço da civilização
Áspide e o feminino gêmeo

Sapiência eminente
Rosto de mulher
Cabelo de serpente
Do Éden a Lúcifer

Luz do conhecimento à humanidade
Fim da ignorância manipuladora
Medusa guardiã e protetora
Afugenta toda a maldade

Ananta domina meu tempo e a minha imensidão
Kundalini interioriza minha alma varonil
Per-uatchet dá luz à minha criação
Nehushtan proteja-me contra o veneno viril
Seraph fertiliza meu solo e torna-me angelical
Apep quer lançar-me no caos e na obscuridade
Khumbaba quer amedrontar-me no matagal
Ouroboros morde a cauda das duas e me dá eternidade

Ad te clamamus
Exules filii Evae
Ad te suspiramos
Gementes et flentes
In hac lacrimarum valle

Ariadne, Cessair, Eumenides, Kurukulla, Sophia, Uncegila, Radha, Matangi, Brighid, Luna, Maat, Ambika, Beltia, Daena, Themis, Pandora, Nerthus, Sarasvati, Ragnell, Minerva, Hecate, Demeter, Hel, Surabhi, Iris, Kamala, Machig Lapodron, Horae, Astarte, Danu, Eumonia, Tellus Mater, Aditi, Lakshmi, Dorge, Marcha, Kwan Yin, Oshun, Nemesis, Sheela Na Gig, Tiamat, Varjayogini, Cailleach, Artemis, Dzalarhons, Dakini, Neith, Bona Dea, Tara, Hestia, Zoe, Isis, Amaterasu, Lilith, Cybele, Modron, Ereshkigal, Oya, Hathor, Sekmet, Innana, Ukemochi, Kawadi, Angerboda

Tua sunt ubera
Vino redolentia
Candor superat
Lac et Lília
Odor flores vincit
Et balsama

O clemens, o pia,
O dulcis Maria 





Kore, Nymphe
Meter, Maia


Salome, Rabbetna Salome, Baalet Salome, Tanit Salome, Anaitis Salome, Astarte Salome, Dercerto Salome, Astoreth Salome, Mylitta Salome, Athara Salome, Elissa Salome, Tiratha Salome, Rabbetna Salome, Baalet Salome, Tanit Salome, Anaitis Salome, Astarte Salome, Dercerto Salome, Astoreth Salome, Mylitta Salome, Athara Salome, Elissa Salome, Tiratha Salome, Rabbetna Salome, Baalet...

I have kissed thy mouth, Jokanaan, There was a bitter taste of blood, I have tasted thy lips, Jokanaan, There was a gorgeous taste of love, I have seen thine eyes, Jokanaan, Full of rage and fearful scorn, I have kissed thine eyes, Jokanaan, Never shalt thou see me more, I have touched thy hair, Jokanaan, Black as the cedar shades of Lebanon, I have stroked thy hair, Jokanaan, The moon hid his face from the sun, I have desired thy body, Jokanaan, White as the mountains of Judae, I have clawed thy body, Jokanaan, In the dream whereupon you lay, Now I hold thy head, Jokanaan, In my palm there is thy blood, Why dost thou lift thine eyes, Jokanaan, My chastity could have been your love.

Salome, Rabbetna Salome, Baalet Salome, Tanit Salome, Anaitis Salome, Astarte Salome, Dercerto Salome, Astoreth Salome, Mylitta Salome, Athara Salome, Elissa Salome, Tiratha Salome, Rabbetna Salome, Baalet Salome, Tanit Salome, Anaitis Salome, Astarte Salome, Dercerto Salome, Astoreth Salome, Mylitta Salome, Athara...

I have kissed thy mouth, Jokanaan, There was a bitter taste of blood, I have tasted thy lips, Jokanaan, There was a gorgeous taste of love, I have seen thine eyes, Jokanaan, Full of rage and fearful scorn, I have kissed thine eyes, Jokanaan, Never shalt thou see me more, I have touched thy hair, Jokanaan, Black as the cedar shades of Lebanon, I have stroked thy hair, Jokanaan, The moon hid his face from the sun, I have desired thy body, Jokanaan, White as the mountains of Judae, I have clawed thy body, Jokanaan, In the dream whereupon you lay, Now I hold thy head, Jokanaan, In my palm there is thy blood, Why dost thou lift thine eyes, Jokanaan, My chastity could have been your love.

ORDEAL AGAINST ALL ODDS

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DA MÚSICA DO VÍDEO POSTADO NO FIM. Sem ela, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche)

Bebeste o primeiro trago do vinho desinibido, À embriaguez sobranceira, Apressastes a provar do fruto proibido, Esbaldou-se sem remorso e saideira, E por suas múltiplas faces teatralizadas, Tomastes o ignóbil gosto de desencaminhar almas ingênuas e levá-las às ruínas de promessas não realizadas.  

É assim que você destrói, Valentona, É assim que se cobra, Mandona, É assim que tanto lhe dói, Chorona, É assim que se paga, Fulana.


Quando você amanhece, Seu sol já se pôs, Quando você adormece, Sua noite já se foi, Quando a chuva cai, Suas lágrimas vão juntas, Quando as respostas vêm do seu Pai, Você já esqueceu as perguntas.

É assim que se expia o mesmo erro repetido sempre, Empurrando uma pesada rocha várias vezes morro acima, Vendo-a rolar morro abaixo insistente, Um esforço inútil que te subestima.


Estamos tentando te ajudar
Mas não sabemos por onde começar
Enquanto você não se perdoar
Estamos tentando te tirar do chão
Lavar sua sujeira
E elevar sua autoestima
A delonga de sua provação
É por conta de sua maneira
Ao tempo de sua vindima

VIAGEM NO TEMPO





Texto de autoria de AstMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa protegido pela Lei 9610/98.


REAL TIME TRAVEL: DEPARTING IN 2021 AND ARRIVING AT OXMANTOWN ROAD IN DUBLIN, IRELAND, IN 1903. VIAGEM NO TEMPO: EU PARTI EM 2021 E CHEGUEI NA RUA OXMANTOWN EM DUBLIN, IRLANDA, EM 1903.

BELOW YOU CAN READ AND LISTEN TO THE ORMONTOWNE'S ABSTRACT AND SONGS. LOGO ABAIXO VOCÊ PODE LER UM 'ABSTRACT' E AS MÚSICAS QUE ESCOLHI PARA ESTA VIAGEM.

THE ABSTRACT NAMED 'CLOSE ENCOUNTER WITH A SHADOW OF THE PAST' IS A REFERENCE TO THIS REAL TIME TRAVEL, TO THE PAST, WHEN THIS ROAD HAD ONLY SMALL FACTORIES AND WAS COMPLETELY DESOLATE. I MANAGED TO GET THE PICTURE OF THIS ROAD  WHEN I WAS THERE IN 1903 (SEE PICTURE ABOVE). O ABSTRACT, CHAMADO DE CONTATO IMEDIATO COM UMA SOMBRA DO PASSADO, É UMA REFERÊNCIA A ESTA VIAGEM NO TEMPO, PARA O PASSADO, QUANDO ESTA RUA TINHA APENAS PEQUENAS FÁBRICAS E ERA COMPLETAMENTE DESOLADA. QUANDO EU ESTIVE LÁ, EM 1903, EU DEI UM JEITO DE CONSEGUIR UMA FOTO DA RUA (VEJA A FOTO ACIMA). A FOTO FOI TIRADA DE COSTAS PARA A RUA KILDARE, AO FINAL DA OXMANTOWN ROAD.

THIS ROAD WAS FOUNDED BY THE VIKINGS IN THE 12TH CENTURY.  AT THAT TIME THEY WERE CALLED 'OSTMEN'. NOWADAYS THE NAME OF THE ROAD IS OXMANTOWN. THE VIDEO SHOWS THE DUBLIN BUS ROUTE 172 DRIVING ALONG THE MODERN OXMANTOWN ROAD TOWARDS KILDARE STREET. ESTA RUA FOI FUNDADA PELOS VIKINGS NO SÉCULO 12 E ERAM CHAMADOS DE OSTMEN. HOJE EM DIA O NOME DA RUA MUDOU PARA OXMANTOWN ROAD. O VÍDEO ABAIXO MOSTRA UM ONIBUS DE DUBLIN, DA LINHA 172, TRANSITANDO PELA MODERNA OXMANTOWN ROAD ATÉ A RUA KILDARE

THE VIDEO SHOWS THE DUBLIN BUS ROUTE 172 DRIVING ALONG THE MODERN OXMANTOWN ROAD TOWARDS KILDARE STREET.

A FOTO FOI TIRADA DE COSTAS PARA A RUA KILDARE, AO FINAL DA OXMANTOWN ROAD

ABSTRACT = RESUMO ACADÊMICO DE UMA TESE, MAS NESTE CASO, O ABSTRACT TEM UMA CONOTAÇÃO POÉTICA E VERDADEIRA - REALMENTE ACONTECEU

(NÃO POSSO, AINDA, AMPLIAR ESTE ABSTRACT QUE ESCREVI SOBRE ESTA VIAGEM NO TEMPO E QUE, UM DIA,  PODERÁ SERÁ TRANSFORMADA EM LIVRO - TRATA-SE DE UM DRAMA NÃO RESOLVIDO NO PASSADO, COM REPERCUSÃO NO PRESENTE, E EU PRECISO, SE UM DIA CONSEGUIR ENQUANTO ESTIVER VIVO, LÁ VOLTAR PARA DEIXAR TUDO NO LUGAR AS COISAS QUE ACHO QUE ANDEI DESARRUMANDO POR LÁ E QUE REMONTAM A UM PASSADO MAIS DISTANTE QUE 1903)


THERE WE GO

I'M ON A TRAIN TO DUBLIN. I'LL BE THERE IN A COUPLE OF HOURS. WHEN I GET THERE WE'LL CELEBRATE OUR NUMINOUSNESS ON YOUR ORMONTOWNE ROAD. DON'T STOP PLAYING. PLAY ON AND ON LEST OUR IMAGINATION DAYS ARE GONE. WE'LL NEVER SEE OUR HISTORIES COME TO AN END. EVEN OUR PROLOGUES WILL SEEM BOUNDLESS. WHAT HAPPENED IN 1903 DOES NOT SURPRISE ME, AS YOU KNOW WE TRAVELLED TO THE PAST MORE THAN A FEW TIMES, AND ONLY ONCE TO THE FUTURE, BUT THAT'S ANOTHER STORY. WHAT AMAZES ME IS MEETING WITH YOU AGAIN IN THE BEGINNING OF THE 20TH CENTURY, AND NOT IN OUR PRESENT DAYS, THE FIRST 22 YEARS OF THE 21ST CENTURY. THAT'S SOMETHING I CAN'T UNDERSTAND, EVEN THOUGH YOU LIKE THINGS THAT CAN'T BE EXPLAINED. YOU KNOW WHAT? WHOEVER IS READING THIS WILL THINK THAT I AM NUTS. BUT YOU'RE MY BOLTS! GOOD PUNNING, AIN'T IT? OK, JUST FAIR TO MIDDLING. RIGHT NOW SOMETHING CROSSED MY MIND. WHO'S THE SCREW DRIVER THAT FASTEN US TOGETHER? COINCIDENCE? CHANCE? WHAT ABOUT SYNCRONICITY? YEAH, THAT WOULD BE AS WASTING TIME AS TRYING TO FIND THE MEANING OF LIFE. FORGET IT! YOU'D BETTER KEEP ON PLAYING. MUSIC IS THE ONLY THING THAT MAKES LIFE WORTH LIVING. YOU KNOW, PEOPLE SAY MUSIC CAN CHEER YOU UP AND EASE YOUR MIND AND SOUL.. BUT IT TURNS OUT THAT SOME OF THEM INVENTED IN MY DREAMS TOSS AND TURN ME IN THE STILL OF THE NIGHT, GET ME OUT OF MY BRAIN ON THE 5:15, OUT OF MY BRAIN ON THIS TRAIN TO DUBLIN. YOU MIGHT AS WELL UNRAVEL THE MYSTERIES OF THOSE CREATIVE AND AMAZING JOURNEY DRIVERS. AFTER ALL, I'VE NEVER MISSED A TRAIN YOU'RE ON, HAVE NEVER BROKEN ITS RHYTHM, NEVER TOOK IT IN VAIN.