domingo, 24 de dezembro de 2023

REALEZA

Texto de autoria de AUSTMATHR VIKING DUBLINENSE com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DA MÚSICA DO VÍDEO POSTADO NO FIM. Sem ela, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche)


Enquanto ruge a ambição, Acima dela paira, O afiado gume de uma espada, Segura por um fio tênue, Pronto para se romper, E por fim a uma vida humana real, Onde cabem outras cem mil vidas, Cada uma delas com cem mil corações, E cada um deles com cem mil pecados, Prestígios cujas origens nunca são pedidas, Que ao simples toque de um dedo, Nadam em águas folheadas a ouro, E enquanto a terra treme, Porque o céu revolta-se contra tamanhos vícios, Comem solto, E depois enfiam o dedo na garganta, Para vomitarem toda água que encharca o estômago, E voltam a fartaram-se de raros petiscos, Vinhos inéditos, E esquisitas gulodices, Como reis esquecidos na sodomia, Vestidos de roxo e vermelho, Dormindo encostados ao pé das embaúbas, E enquanto vossos sonos são profundos, Outros lançam seus melhores pares contra suas melhores consortes, Mas como Deus dispõe o que o homem põe, Sábios lhe é enviado mais de uma vez, Mas são rejeitados, E vendidos como escravos, E uma vez libertados, Voltam de onde vieram para lançarem em terras férteis, Imaculadas sementes, De Igualdade, Liberdade, Fraternidade, E das ciências da alma humana.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

SÓCRATES NA TERRA DO BEIJA-FLOR


Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 


O Brasil masculino estava de ressaca. Eu e uma menor parcela da população feminina também. A seleção brasileira, patrocinada pela marca Topper da São Paulo Alpargatas S/A, acabara de ser deportada da Espanha por Paolo Rossi, Il Bambino d'Oro. Tele Santana, sempre sorridente e solícito, mesmo diante de uma decepção que parecia ser de proporção mundial, circulava pelas dependências do departamento de exportação da empresa, com a aura e a triunfal guirlanda de idealizador do futebol-arte, e autografava todos os pedidos. Em 1982, nenhum brasileiro imaginaria, nem nos mais dantescos pesadelos, que o verdadeiro holocausto de nosso hegemônico esporte bretão viria 32 anos depois, em nossas plenas terras de palmeiras e floresta tropical, onde cantam uirapurus e sabiás. As águias alemãs que aqui gorjeariam, entoariam nossos cantos canarinhos, bem mais melodiosos do que as aves toscanas naquele fatídico dia no Sarriá. Foi a última vez que padeci com nosso esporte mais popular, e, na esteira de minha purgação, pus fim a um sofrimento que encontrou indescritível consolo com a quebra de um jejum de muitos e angustiantes meses de emprego: eu estava de volta ao trabalho, e este seria o meu derradeiro na condição de empregado de carteira assinada. Não me deram muito tempo para me familiarizar com os produtos que eu deveria exportar, o que estava em perfeita contradição com a sucessão de meses que levaram para me contratar, desde o dia que respondi a um anúncio no velho Estadão. Em pouco mais de quatro semanas, fui despachado para nossos vizinhos do norte da America do Sul, da América Central e do Caribe, onde visitei lugares que deram arriscados e deleitosos contornos à minha primeira viagem àquelas bandas: as perigosas Bogotá e Cidade do Panamá, a medonha Zona Livre de Cólon, a sossegada Isla Margarita da Venezuela, a cordial e simpaticíssima Santo Domingo da República Dominicana, as paradisíacas Aruba, Curaçao e Barbados e, finalmente, o interessante e inesquecível Porto de Espanha, capital de Trinidad e Tobago. Este país que tinha, na época, menos de 1 milhão de habitantes, foi uma colônia britânica até 1962, e o inglês crioulo lá falado era e é, até hoje, bastante desafiador, mesmo para um nativo da Inglaterra. O drama pode ser sentido só com este exemplo: crowd (cráud)que significa multidão, soa como crow (crou) corvo. O representante comercial da empresa, um indiano, teve a cortesia de enviar seu motorista particular para me apanhar no aeroporto, e me levar ao luxuoso hotel Hilton, de cinco estrelas, quatro a mais que o meu salário. Ao entrar para fazer o check-in, setor da recepção para registrar-se e receber a chave do quarto, segundo o Sr. Aurélio, deparei-me com um mundaréu de homens falando alto, com a boca e as mãos, como os italianos. Ao aproximar-me, me dei conta que eles algazarravam em português brasileiro! Reconheci alguns rostos e identifiquei-me ao mais próximo, Adilson Monteiro Alves, sociólogo e um dos fundadores da Democracia Corintiana. Ao saber que eu trabalhava para o patrocinador do clube, foi logo me apresentando ao presidente, Waldemar Pires, ao técnico, Mario Travaglini, e convidando-me a juntar-me à comitiva do time e assistir ao amistoso contra a seleção de Trinidad e Tobago no dia seguinte, uma sexta-feira, dia 3 de Setembro de 1982. Meu primeiro encontro com o agente de vendas, completamente esquecido pela Alpargatas, foi decepcionante para ele, porque esperava que eu trouxesse a linha de calçados. Porém, eu era encarregado de vender somente produtos do setor chamado Resto: colchas de chenile e encerados. Nervoso e de nariz empinado, ele designou seu assistente para me acompanhar nas visitas a clientes, e recusou meu convite para assistir ao jogo do Corinthians à noite. Mal sabia ele, e jamais explicaria Deus, que, em pouco tempo, atingiríamos a misteriosa receita de mais de meio milhão de dólares anuais só com as antigas colchas Madrigal, num mercado menor que o bairro de Santo Amaro em São Paulo. Voltei ao hotel antes do pôr do sol. O calor era escaldante, como no verão carioca. Tirei o terno e a gravata, isso mesmo, você entendeu direito, esta indumentária me era imposta pelos meus superiores até nos desertos do Oriente Médio onde estive muitas vezes. De chinelo, camiseta e bermuda, fui para a área de lazer. Lá toda a delegação do Corinthians se concentrava. A maioria dos jogadores se divertia na piscina. Casagrande, com apenas 19 anos, era o brincalhão da turma. Adorava empurrar os companheiros na água. Sócrates não se misturava. Ficava na companhia dos dirigentes e da comissão técnica. Tirei um cigarro do maço de Hollywood e acheguei-me dele, recostado numa espreguiçadeira, segurando um livro, provavelmente de filosofia sobre seu xará. Mal puxei conversa e ele me pediu um cancerígeno. Perguntei:Você voltou a fumar? – para se preparar para a copa do mundo na Espanha, Sócrates absteve-se do tabaco por seis meses. Constatei, então, uma de suas marcas registradas: sua fama de arrogante. E o que você tem a ver com isso? Entornei o caldo de nosso quase monólogo ao pedir a ele para me falar sobre aquela partida contra a Itália. Não quero falar mais sobre isso. Ele me pediu para acender o cigarro e continuou lendo. Mais tarde, naquela noite, eu teria um verdadeiro diálogo com ele, mais amistoso, digamos, mas, para ser sincero mesmo, em circunstância anômala, na qual se inseria mais um de seus logotipos fora da cancha. Chegara a hora de ir para o estádio. Todos foram para seus quartos e desceram de calça e blusão de moletom da Topper. Três micro-ônibus nos aguardavam na saída do hotel. Embarquei num deles. No trajeto até o campo, os jogadores que estavam comigo vociferaram, alucinadamente, contra  todos os transeuntes. Se todos eles fossem submetidos ao exame antidoping, seriam reprovados, e se naqueles tempos já vigorassem as atuais leis disciplinares impostas pelos mafiosos STJD, CONMEBOL, CONCACAF e FIFA, eles pegariam um gancho pesado. Não tive permissão para entrar no vestiário. A preleção do técnico aos jogadores era segredo democrático, mas pude adentrar o gramado com o time formado por Solito, Sócrates, Ataliba, Casagrande, Zenon, Biro Biro, Mauro, Daniel González, Alfinete, Paulinho e Wladimir, uma grande equipe que fez época no futebol. Quando eu me encaminhava para o banco de reservas, um homem, elegantemente vestido, veio ter comigo, falando um bom cockney do East End de Londres. Eu era o único que falava inglês, e fui, imediatamente, confundido com o chefe da delegação. O cavalheiro era o Presidente da Federação de Futebol de Trinidad e Tobago. Suas efusivas saudações e paparicos fizeram me sentir um cartola. Tal qual um político brasileiro em campanha à reeleição, ele me levou  para dar uma volta em torno do campo, construído em 1980, e fez questão de me explicar, em detalhes, outras melhorias que ainda planejava fazer: a ampliação  das arquibancadas, a troca do gramado e a construção de uma pista de atletismo. O Estádio Hasely Crawford era um pouco acanhado. Não me recordo do seu tamanho. Minha memória de 67 anos já não se refresca com tanta facilidade, e já manifesta lampejos de Alzheimer. Acredito que fosse muito parecido com o antigo Parque Antártica do Palmeiras, com capacidade para 27 mil pessoas. O presidente trinitino-tobaguiano massageou meu ego, ainda em busca de autoafirmação, ao me oferecer a tribuna de honra. Encabulada e educadamente recusei, explicando que, por ser o único a falar a língua da terra, precisava estar junto aos ‘meus’ comandados para eventuais traduções, especialmente junto ao trio de arbitragem e nas entrevistas para a imprensa local. Ele entendeu e até se desculpou. Sentei-me no banco ao lado do lateral Zé Maria, às vésperas de pendurar as chuteiras. O jogo foi apenas um treino para o Corinthians, que venceu por 8x2. O  futebol de Trinidad era embrionário, amador, e somente em 2006 conseguiria vaga para participar de sua primeira copa do mundo. Os dois gols do anfitrião foram  facilitados para retribuir a calorosa recepção que os corintianos receberam das autoridades e do público. Ataliba, recém-contratado junto ao Juventus da Rua Javari, foi cumprimentado por todos os jogadores ao fazer seu primeiro gol com o uniforme alvinegro depois de várias atuações sem sucesso. Nada como um saco de pancadas para se reabilitar. Além de dois gols e uma exibição a altura do craque que foi, com assistências inteligentes e liderança intelectual, Sócrates desfilou seu repertório de toques de calcanhar, sua marca registrada no adestramento da bola, uma marca visual da mesma maneira que as bandeirinhas se tornaram sinônimo da pintura de Volpi, como escreveu, inteligentemente, o talentoso Daniel Piza, por ocasião da morte do 'Doutor' em 2011. Havia apenas um repórter de campo brasileiro fazendo a cobertura do evento. Não me lembro se ele era da Gazeta Esportiva, do Diário da Noite ou da Revista Placar. Só sei que, a cada substituição, ele me chamava correndo junto ao mesário, para lhe explicar quem entrou no lugar de quem. Ao final da partida, o presidente da federação trinitina me abordou e me levou de volta ao hotel no seu carro. Sentado no banco de trás estava, nada mais nada menos que Juan Figger, uruguaio que se mudou para São Paulo em 1968, tornou-se rico e célebre por ser um dos maiores empresários de jogadores de futebol e promotores de jogos e torneios amistosos, e, segundo a imprensa, por praticar muitas atividades ilícitas: sonegação fiscal, evasão de divisas, falsificação de passaportes e influência na convocação de jogadores, por ele empresariados, para a seleção brasileira, com objetivo de valorizar o passe dos mesmos. Esse era o trabalho com o qual sonhei tanto: gerenciar esportistas, artistas e músicos. Em 1982, eu e um colega da Alpargatas planejamos um empreendimento que se tonaria uma realidade aqui somente nos anos 90: exportar jogadores brasileiros para a Europa e trazer bandas de rock britânico para apresentações no Brasil. Não executamos o plano, perdemos o momento, e outros ficaram com nossos sonhos. Juan, que organizou dois amistosos para o Corinthians em mares de céu azul caribenho, permaneceu calado o tempo todo. Já o presidente da federação, eufórico, delirava com ideias que ele queria deixar sob minha responsabilidade: um torneio em Trinidad, reunindo Santos, Corinthians, Palmeiras e Flamengo. De volta ao hotel, fui direto para o bar, sem nenhuma mágoa para afogar, simplesmente porque eu teria um fim de semana de folga e só voltaria a trabalhar na segunda-feira. Lá estava Sócrates, saboreando uísques, cervejas e outros baratos etílicos afins. Sentei-me ao seu lado e, desta vez, bebericamos juntos e jogamos muita conversa fora, literalmente, sobre todos os possíveis assuntos descartáveis, menos futebol. Sócrates estava, ainda, no primeiro de dez assaltos às malvadas, mas eu já estava meio grogue, tentando manter o equilíbrio, prestes a jogar a toalha. Os adversários do Corinthians tinham enorme dificuldade para acompanhar o Sócrates dentro das quatro linhas, mas era quase impossível acompanhá-lo na arte de ingerir as águas que os passarinhos não bebem. Fui salvo pelo gongo: foi anunciado o jantar que o hotel, ou a Federação Trinitina, ou não sei quem, ofereceu à delegação corintiana. Voltei ao meu apartamento, desabei na cama de sapato e tudo, e o quarto parecia enfeitiçado, girando como um carrossel. Contei poucos cavalinhos para ferrar no sono. Depois de um tempo imponderável, o telefone tocou. Passava da meia-noite. Quem era o filho da mãe que me ligou em plena madrugada de sábado, perguntaria o pai do bem sucedido corretor da bolsa de valores no filme O Lobo De Wall Street. Era tudo demais tudo de menos que outro representante comercial, outro indiano, da cidade de San Fernando. Nas poucas semanas que tive para me preparar para aquela longa viagem, ao triar as rumas de telexes sem respostas,  encontrei dois agentes interessados nos produtos da Alpargatas. Acabei ficando com o esnobe do Port Of Spain, mas, por precaução, avisei o sanfernandino que eu estaria em seu país. Mas por que ele me procurou a esta hora? O inoportuno soube, pela televisão, que o médico Sócrates estava em Trinidad, e queria conhecê-lo Rodopiando pelos corredores, consegui chegar ao bar. E lá estava Sócrates novamente, jantado, e agora acompanhado de vários camaradas. Tive que tomar algumas doses de uísque com o pródigo de Gandhi, que era médico também, e não veio falar sobre negócios. Apresentei-o ao Sócrates, larguei os dois no balcão do bar conversando, não sei em qual língua, provavelmente em libras. Trotando em zigue-zague, rumei em direção aos elevadores. Ao passar pelo saguão, fui interpelado pelo Daniel González, caindo pelas tabelas, tentando dar uma entrevista a um canal de TV local. A jovem e bonita jornalista pediu-me para ajudar na tradução. Cada pergunta dela era respondida com impropérios aqui intraduzíveis, como, por exemplo, este belo eufemismo: quero levá-la para meu quarto para fazer amor. Sempre polido, eu dizia à moça que o Daniel e todos os corintianos estavam adorando o país. Mais jogadores, completamente embriagados, juntaram-se àquela baixaria, que eu trasladava para uma solicitude. Para me desvencilhar deles, tive que enganá-los com uma falsa e súbita indisposição estomacal, embora meu vômito implorasse para abrir a porta. Escorando-me pelas paredes, consegui chegar ao meu apartamento. Com as mãos trêmulas, coloquei o aviso de não perturbe na maçaneta do lado de fora da porta, tirei o telefone do gancho, e desmaiei na cama. Meu inconsciente cancelou todos os sonhos programados para aquela noite. Acordei depois das 15 horas, com uma retumbante dor de cabeça e, rebuscando chavões, na consciência. Lentamente, comecei a recobrar os sentidos e a rememorar o que se passara nas últimas 24 horas. Lembrei-me que, enquanto estava sóbrio, Sócrates me disse que eles teriam que levantar às 6 da manhã no Sábado para pegar um voo para Curaçao, onde jogariam um amistoso  contra a seleção local no Domingo. Seleção de Curaçao? Impossível! O escrete desta ilha de encantos mil devia ser igual ao Íbis de Pernambuco, o pior time do mundo, que entrou para o Livro Guinness dos Recordes por ter conquistado a  façanha de três anos e onze meses sem comemorar uma única vitória. Mas, contra um time encharcado de engasga-gato, talvez os curaçaoanos conseguissem uma vitória. Quase! O jogo foi 0x0, e o Corinthians deve ter se arrastado numa lombeira tão confusa como o papiamento, língua oficial das antigas Antilhas Holandesas, mistura de holandês, alemão, inglês, espanhol e português. Se os corintianos não se refizeram da bebedeira com um trago de bebida que cura, significado da palavra Curaçao, então eles provaram da típica bebida Curaçau (com U mesmo), feita com cascas de laranjas da ilha e cachaça de cana de açúcar da melhor qualidade da região. Lembrei-me, também, de ter explicado ao Sócrates que Cristovão Colombo batizou o país de La Isla de La Trinidad, uma óbvia referência à Santíssima Trindade Cristã. Mas os ameríndios locais chamavam a ilha de Terra do  Beija Flor. Faz todo sentido. Afinal, dois humming birds adornam o brasão de armas de Trinidad. E Tobago, o que significa? Há tantas controvérsias sobre sua etimologia que prefiro não arriscar uma explicação. Melhor lembrar-me daqueles dias ouvindo a Enya cantar Caribbean Blue (Azul Caribenho): So the world goes round and round..., E o mundo gira e gira..., e eu completo: and so does my head, e assim também gira minha cabeça, while little colorful birds still hum in my mindenquanto passarinhos coloridos ainda zumbem em minha mente, saudosa do grande Sócrates brasileiro, que partiu cedo demais.





domingo, 12 de novembro de 2023

MÚSICA SELECIONADA POR INGLESA LUSO CHINESA - CAPERCAILLIE: SEICE RUAIRIDTH (RODDY'S DRUM) AUDIOSHIELD ELITE 10.00+10.00 - COM LETRA

 

Seice Ruairidh bheir i fuaim
Seice Ruairidh bheir i srann
Seice Ruairidh bheir i fuaim
Nuair a bhailear i gu teann
Seice Ruairidh bheir i fuaim
Seice Ruairidh bheir i srann
Seice Ruairidh bheir i fuaim
Nuair a bhailear i gu teann

Nuair bhailear i bheir i fuaim aisd'
'S gluaisidh gach duine bhios ann
An fhuaim a bheir seice Ruairidh
Bheir i nuas an taigh mun ceann
Nuair bhailear i bheir i fuaim aisd'
'S gluaisidh gach duine bhios ann
An fhuaim a bheir seice Ruairidh
Bheir i nuas an taigh mun ceann

Seice Ruairidh bheir i fuaim
Seice Ruairidh bheir i srann
Seice Ruairidh bheir i fuaim
Nuair a bhailear i gu teann
Seice Ruairidh bheir i fuaim
Seice Ruairidh bheir i srann
Seice Ruairidh bheir i fuaim
Nuair a bhailear i gu teann

Nuair bhailear i bheir i fuaim aisd'
'S gluaisidh gach duine bhios ann
An fhuaim a bheir seice Ruairidh
Bheir i nuas an taigh mun ceann
Nuair bhailear i bheir i fuaim aisd'
'S gluaisidh gach duine bhios ann
An fhuaim a bheir seice Ruairidh
Bheir i nuas an taigh mun ceann

Seice Ruairidh bheir i fuaim
Seice Ruairidh bheir i srann
Seice Ruairidh bheir i fuaim
Nuair a bhailear i gu teann
Seice Ruairidh bheir i fuaim
Seice Ruairidh bheir i srann
Seice Ruairidh bheir i fuaim
Nuair a bhailear i gu teann

Nuair bhailear i bheir i fuaim aisd'
'S gluaisidh gach duine bhios ann
An fhuaim a bheir seice Ruairidh
Bheir i nuas an taigh mun ceann
Nuair bhailear i bheir i fuaim aisd'
'S gluaisidh gach duine bhios ann
An fhuaim a bheir seice Ruairidh
Bheir i nuas an taigh mun ceann

M'eudail air do shùilean donna
Air do shùilean 's air do bhodhaig
M'eudail air do shùilean donna
'S air do bhodhaig bhòidhich
M'eudail air do shùilean donna
Air do shùilean 's air do bhodhaig
M'eudail air do shùilean donna
'S air do bhodhaig bhòidhich

Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi an gille donn
Ma tha e 'g ràdh an fhìrinn
Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi an gille donn
Ma tha e 'g ràdh an fhìrinn

M'eudail air do shùilean donna
Air do shùilean 's air do bhodhaig
M'eudail air do shùilean donna
'S air do bhodhaig bhòidhich
M'eudail air do shùilean donna
Air do shùilean 's air do bhodhaig
M'eudail air do shùilean donna
'S air do bhodhaig bhòidhich

Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi an gille donn
Ma tha e 'g ràdh an fhìrinn
Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi an gille donn
Ma tha e 'g ràdh an fhìrinn

M'eudail air do shùilean donna
Air do shùilean 's air do bhodhaig
M'eudail air do shùilean donna
'S air do bhodhaig bhòidhich
M'eudail air do shùilean donna
Air do shùilean 's air do bhodhaig
M'eudail air do shùilean donna
'S air do bhodhaig bhòidhich

Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi an gille donn
Ma tha e 'g ràdh an fhìrinn
Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi an gille donn
Ma tha e 'g ràdh an fhìrinn

M'eudail air do shùilean donna
Air do shùilean 's air do bhodhaig
M'eudail air do shùilean donna
'S air do bhodhaig bhòidhich
M'eudail air do shùilean donna
Air do shùilean 's air do bhodhaig
M'eudail air do shùilean donna
'S air do bhodhaig bhòidhich

Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi an gille donn
Ma tha e 'g ràdh an fhìrinn
Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi dha-rìreadh
Pòsaidh mi an gille donn
Ma tha e 'g ràdh an fhìrinn

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

GENTE FELIZ

 

Texto de autoria de Austmathr Viking Dublinense com direito autoral protegido pela Lei 9610/98.


Esta poesia parece ser um momento de descontração de Austmathr. No entanto, as ideias sempre metafóricas entrelaçadas nos versos são bem complexas. As duas frases finais 'Me faz sorrir aos amigos o encantamento de que estou possuído, Contaminado de gente feliz'  são uma ironia, uma vez que Austmathr não tem um único amigo e vive em completa solidão. Ele já se acostumou a ela. Como disse Carl Jung: 'A solidão é perigosa e viciante. Quando você se dá conta da paz que existe nela, não quer mais lidar com pessoas'. Para Austmathr, a verdadeira paz de espírito está no mar profundo para onde ele ainda deseja voltar antes de morrer. Austmathr homenageia a música americana com SHINY HAPPY PEOPLE da banda R.E.M, e também o que há de melhor na música brasileira com FESTA DO INTERIOR de ABEL SILVA e MORAES MOREIRA, na voz de GAL COSTA.
Gwendolyn Marie-Baxtor (vulga inglesa Luso Chinesa) 
4 de Outubro de 2023

O céu é um copo vazio de chuva, Sorvida pelo solo fértil como diamantes de primeira água, Suado de gotículas dos orvalhos da graça de Deus, Oferendas ao sol que limpa o tempo, Azula o firmamento de uma ponta do arco-íris  à outra, Salto de paraquedas, Ele não abre, Em queda livre, Sinto a liberdade do pássaro de espírito apátrida, Do eterno sonho que sonhava minha alma ansiosa e extasiada, Fazendo deste mergulho no vácuo o momento mais alegre, Que sempre me fora adiado, Qual vida passageira que vive só uma vida, Qual brancas nuvens baixas e transitórias, Tênues e imóveis, Matando-me como uma bola no peito aberto, Aos últimos raios filtrando-se entre as frouxas luzes do crepúsculo vespertino, Às estrelas que estão para nascer, A mais um belo dia que me conduz ao altar do mundo e me faz acreditar, Me faz sorrir aos amigos o encantamento de que estou possuído, Contaminado de gente feliz.


sábado, 1 de abril de 2023

O RETRATO DE UMA ALMA

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98 

Sempre tenho ideias, coisas para dizer, para escrever, fatos que incomodam-me enquanto não conversar com eles, sentimentos imprecisos que inquietam-me enquanto não tentar entende-los. Para lidar com essas impressões, concretas e abstratas, reais e imaginárias, preciso de ajuda, ajuda de algo que sensibilize a alma, que a alimente com lágrimas emotivas e incensuráveis. Quando procuro ajuda, impaciento-me para encontrá-la mas, quando menos espero, ela desponta, cantando para mim sem saber que veio socorrer-me, acreditando ter encontrado alguém que a ouça com os ouvidos da alma. Então digo o que tenho para dizer e o som numinoso alegra-se com nossa empatia, mas ainda pede-me uma imagem que registre para sempre este encontro mágico, entre o pensamento e a voz do princípio vital. A feição da alma muda a cada milionésimo de segundo e é impossível captar o exato e raro momento em que ela sincroniza o elemento psicóide da natureza com a transcendência da reflexão humana. Lembro-me de uma vez quando sonhei que eu era um pintor e me pediram para explicar o sorriso de Monalisa. Eu falei com desenvoltura por meia hora, esgotei todos os meus conhecimentos sobre técnicas de pintura e conclui que não sabia dizer de onde veio aquele sorriso da Gioconda. Os que indagaram-me, explicaram-me que o sorriso dela partiu do coração, antes que o cérebro recebesse qualquer estímulo. Por isso, deixo estas imagens surgirem ao acaso, e elas aparecem, supostamente indiferentes, mas já produzidas com propósitos definidos e perdidos, um dos quais sempre vem ao encontro de minhas necessidades antes mesmo que elas tenham nascidas. Há pouco tempo, tive uma sensação incomum. Apareceu diante de mim o retrato de uma alma pedindo-me para explicar-lhe que devaneios divinos e que cânticos angelicais registraram sua imagem. Minha querida, eu te chamo de querida porque a alma é feminina, enquanto o corpo é masculino, e a mente, que une os dois, é a sizígia, ou a própria anima que é a interlocutora entre a psique e seu centro regulador que chamamos de Deus. Minha querida, eu gostaria de ser puro, como o branco, mas não sou, e, se você acha que tenho alguma inclinação à alvura, não se engane, pois sou um ser ambivalente e o que você vê em mim é o positivo do retrato de minha alma, mas negativamente carregada de todas as misérias humanas resgatadas de volta a uma caixa de Pandora, e recomposta de todas as cores do espectro devolvidas à sua fonte original através do mesmo prisma que as separaram, transformando-me no enganoso vazio total e neutro da cor que não representa apenas a ausência de cores ou a soma de todas elas, mas também uma contraposição ao nada que é gelado, escuro e assustadora e desproporcionalmente maior do que o insignificante todo para o homem, essas pedrinhas luminosas e solitárias que salpicam o breu sem-fim. Se eu me desvio para o branco, não é porque eu sou puro, pois nem mesmo meus terapeutas tiveram acesso ao meu lado sombrio, e nem porque sou um pacifista por convicção, mas por conveniência, pois minha apologia a não violência é apenas um simulacro para camuflar meu medo, daí o fato de minha face, às vezes, parecer estar pálida de sobressaltos. Na verdade, eu sou um medroso e sempre amarelo, mas sem as rédeas curtas de minha fobia social e de meu acanhamento, posso transformar-me numa fera indomável, como a matiz áurea que rechaça todo tipo de atenuação e transborda da tela onde o pintor tenta enclausurá-la com outras nuanças. Mas você é sublime, mais alva que o branco supremo, por isso muda de cor, como o negro do ébano que parece azul de tão negro. E você é como o branco do marfim que parece rosáceo de tão branco. Quem te fotografou, imaginou a vida como ela deveria ser hoje, e sua imagem deve ter sido captada ao som do que os cientistas chamam de big bang, quando o universo foi gerado, e as predisposições para cria-lo não são dos mesmos que tiveram a ideia de inventar Deus, antecipando que ele seria uma explicação plausível para este momento singular de sua alma.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

VIDEOCLIPES SELECIONADOS POR INGLESA LUSO CHINESA - CARLA AZAR'S COVER OF THE BEATLES SONG : TOMORROW NEVER KNOWS - FOR THE MOVIE SUCKER PUNCH

 


IRMÃS

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DA MÚSICA DO VÍDEO POSTADO NO FIM. Sem ela, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche)

De seus pensamentos imagino que, Para que eu me torne tão bem morigerada, Nossa mãe cria juntamente a seus peitos todas as criaturas, Filhas do mesmo universo, Todas colaças, Geradas e sustentadas na resolução fraterna que depende só da vontade, E semelhança de intencionalidade consciente, Os tempos cronológicos com seus espaços tão distanciados, Perdem a razão de ser ante a intemporalidade e a transespacialidade de nossas existências, Que nos aproximam por minha intensa vibração interior, De quem se sente inferior, E que precisa que suas dores terebrantes sejam tomadas por irmãs de discreta superioridade, Guardem, Pois, Em suas casas vedadas ao meu mundo, E de vossas boas mentes, Minhas desavisadas preces, Que deveriam agradecer ao invés de suplicar, Aqui os pobres e míseros guardam seus lugares santos, E ali gente que abandonei, E mais além gente que nem sei, E acolá vossa abençoada empatia acolhe com simpatia todas as tristezas sem excessiva comiseração.


domingo, 15 de janeiro de 2023

VIDEOCLIPES SELECIONADOS PELA INGLESA LUSO CHINESA - PURITY RING: LOFTY CRIES

 


LOFTYCRIES

[Verse 1]
Green, green thunder and the loud, loud rain
Lead our woes asunder
'Neath the proud, proud veins
Of trains let bleed the gunmen of our
Pumping earthly hearts
Wean our joys in plunder
Peel our shining teeth
Bid our hold on happiness
 
[Hook]
Beat weighty tests with lofty cries
Lofty cries with trembling thighs
Weepy chests with weepy sighs
Weepy skin with trembling thighs
 
 
[Bridge]
You must be hovering over yourself
Watching us drip on each other's sides
Dear brother collect all the liquids off
Of the floor
Use your oily fingers
Make a paste
Let it form
 
[Verse 2]
Let it seep through your sockets and ears
Into your precious ruptured skull
Let it seep let it keep you from us
Patiently heal you
Patiently unreel you
 
[Hook]
Beat weighty tests with lofty cries
Lofty cries with trembling thighs
Weepy chests with weepy sighs
Weepy skin with trembling thighs
 
[Bridge]
You must be hovering over yourself
Watching us drip on each other's sides
Dear brother collect all the liquids off
Of the floor
Use your oily fingers
Make a paste
Let it form
(Lofticries)
 
 
[Hook]
Beat weighty tests with lofty cries
Lofty cries with trembling thighs
Weepy chests with weepy sighs
Weepy skin with trembling thighs
(Lofticries)
 
[Outro]
You must be hovering over yourself

Watching us drip on each other’s sides

sábado, 14 de janeiro de 2023

A TREASURE HIDDEN IN HEAVEN

Review written by Alceu Natali with Copyright protected by Brazilian law # 9610/98
POSTED ON WWW.AMAZON.COM ON NOVEMBER 1ST, 2007



INTRODUCTION During the last 15 years I have seen lists of the Best Albums Of All Time, published, mainly, by English and American magazines. I have tried my best but I could never listen to most of those great albums without skipping various tracks. I ask myself if it is a question of taste or prejudice. Maybe both. For instances, when I see The Beastie Boys and Eminem among the English magazine Q's 100 best albums of all time, inevitably, my dark side comes to light: I'd rather see those rappers and hip hoppers murdering the ears of music lovers than murdering people in the streets. Here goes another example: the absence of The Who's album My Generation among the 100 best of that magazine makes me wonder whether these magazines reviewers really listen to music at all. In my country, people say that taste is something that cannot be disputed, but the other day my wife added: taste is something that cannot be disputed but to be sorry about. And she is pretty damn right because what you find and do not find in those lists is something to be awfully sorry about. For someone like me, who loves british pop music, it is impossible to take seriously any list of the best albums of all time that is not topped by Beatles' albums. The Rolling Stone magazine Greatest Albums of All Time have some respect for The Beatles and included 8 albums of theirs among the 100 greatest, however among their 500 greatest you will not find such a precious stone like Heaven Or Las Vegas but you meet face to face with those music murderers I mentioned above and also a lot of albums that are not good enough to be part of the 100,000 greatest of all time. Lest the new generations think I am just a dinosaur of the 60's, I anticipate that I am not the kind of guy who spends hours listening to the complete collections of the greatest bands of the golden decade. I love rock and pop music from all decades. As a matter of fact, I have more CDs from the last two decades than from the 60's, 70's, 80's, 90's and the new millenium's. Nowadays, with the invention of the MP3, people do not need anymore to buy a whole album only because of a few good songs. The music lovers can download from internet only the songs that they like and that means that within a couple of years or so there will be no more CDs for sale. Then, instead of a collection of CDs on his/her shelves, the music lover will have an anthology of songs in his/her iPOD. And I wonder if we are going back to the 60's when only singles were bought while an album was a luxury, something to be bought only as a Christmas gift, or just a tricky marketing strategy to make some extra money on a couple of hits repacked together with a bunch of disposable fillers. As you may remember or not, it was The Beatles with their unmatched talents who made albums become a new form of art and be taken seriously by the media and the public. Anyway, I am already familiar with the iPOD but I am not the kind of anthological guy. Lately, I started prospecting what I call great albums, but great for me is not an album made only of classics in all tracks, or an habitue of radio's hit parades and famous magazines' lists. Furthermore, there is no perfect album. Great for me is a damn good album, from the very first track to the last one. That album that you listen to all the way without skipping a track and without wishing a certain track reaches its end soon because your favorite one comes next. I have prospected many of those types of albums but you will not see most of my greatest in those famous and respectable lists made by journalists as mediocre as music reviewers as I am as an artist or a writer. If you ask me about my prospecting criteria, all I can tell you is that those who have good ears for music do not need more than 30 seconds of each track of an album to know whether it is great or not. That's what I do. When I am looking for new bands I listen to the 30 seconds of every track of their albums available at Amazon until I find my classic one. My musical sense of smell is infallible. When I listen to the entire CD that had that smell of great stemming from the 30 seconds of each one of its tracks there is no mistake about it: it is a great album! On the other hand, I already own about 1,000 CDs of different bands and among them there are various great ones. Heaven Or Las Vegas is one of them. THE TRACKS 1. Cherry-Coloured Funk is a thick and corpulent song, with instruments and vocals filling the space. It is a simple but classic melody, soft and tranquil. It progresses from low vocal notes until it reaches a peak, while the celestial chords sound all the time in the background as if they were playing in a nearby room, and the same goes for the discrete but scoring bass. 2. Pitch The Baby is faster with a more prominent and pointed bass and higher vocal notes. The heavenly atmosphere permeates the song all over. It is a forewarning of track 6 and displays a melodic progression from the first track that culminates with 3. Iceblink luck, a very beautiful pop song, in which both vocals and instruments play with intensity and devotion. Only the drums are muffled to leave room for the fight between the enchanting vocals and the gorgeous instruments for the thrilling climax to the show. 4. Fifty-Fifty Clown is a masterpiece. It has a timelessly futurist sound. Only Strawberry Fields Forever by The Beatles has a similarly complex and beautiful melodic progression. The first part is very difficult to be sung. You cannot whistle it even after listening to it ten times in a row and that means it required a lot of talent to be invented. 5. Heaven Or Las Vegas is similar to Iceblink Luck, less intense and more rhythmical, and equally beautiful. Beth Fraser's vocals are terrific. Iceblink Luck and Heaven Or Las Vegas are Cocteau Twins' couple of their most pop songs, a pair of explosion of joy. 6. I Wear Your Ring is another masterpiece. It is a song that was waiting for someone to create it and it was up to the Cocteau Twins to do it. Beth Fraser' vocals, the bass and the rest of the instruments are amazing and trance inducing. The second and final part is pure ecstasy, one of the best moments of pop music. 7. Fotzepolitic is moved by the beauty of the previous track, celebrates its splendor and makes sure not to challenge its royalty and, at the same time, pays it a sublime homage and becomes a metaphor of that masterpiece. 8. Wolf In The Breast is a prime and a proof that, definitely, the Cocteau Twins were wounded by a Cupid arrow of excellence and made another masterpiece of a simple ballad. After six breathtaking tracks, enters 9. Road, River And Rail, a more lamenting ballad that is not deprived of any of the refinements of the previous tracks and 10. Frou-frou Foxes In Midsummer continues that lamenting for a while but ends with an explosion of vibrant and fire working sound that fills the air again, like a farewell tune adequate to the last track of a fantastic album. REMARK I met a guy who loves rock and pop music like I do and who has the same taste and prejudice I do, but one day he grinned in irony when I told him I found the Cocteau Twins great. 'Why do not you share a kitchenette with them?' asked me the same guy who declared that the Brazilian bossa nova is the greatest revolution in music of all time. Well, bossa nova is a kind of music easily found in every corner of Rio de Janeiro City or even in casinos in Las Vegas and in some boring and corny American movies but the Cocteau Twins' sound is a treasure hidden in heaven and finding it out demands as much talent as the Cocteau Twins needed to produce Heaven Or Las Vegas.

THE TRACKS

1. Cherry-Coloured Funk

2. Pitch The Baby

3. Iceblink luck

4. Fifty-Fifty Clown

5. Heaven Or Las Vegas

6. I Wear Your Ring

7. Fotzepolitic

8. Wolf In The Breast

9. Road, River And Rail

10. Frou-frou Foxes In Midsummer