Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DA MÚSICA DO VÍDEO POSTADO NO FIM. Sem ela, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche)
Todos foram embora,
Deixaram-nos sós, Levaram, Naquela imensidão de soberanos da escuridão absoluta,
A vida sem horizonte, E apagaram o fogo do amor que ardia sem se ver, E nossa
irmã que a nós se juntou, Movida por irresistível encantamento, Nos somou, Nos
dispersou, Nos desequilibrou, E todos nós nos amalgamamos, Como rios descendo em
carreiras desabaladas, Nos agarrando, Sem sussurro, A oásis que rebrilham no
deserto, Enquanto os restos mortais de nossa fonte da vida combinaram seu tempo
de ciranda com seu rodopio de bailarina, E nos deram as costas, Ocultando-se
para sempre, Perdendo-se nas trevas, E nos prendendo a ela, Sem saber que
sentimos frio, Que queimamos de febre, Sem o amor que nos acalma, Que nos
endouda, Que nos eleva, E que nos abate, E nos vemos diante da estrela moribunda
e negra, Que não brilha e nem aquece, E tantas outras que vão apagando suas
luzes, E vagamos, Assustados, À deriva, Carregados pela caligem que se expande,
Incertos e delgados, Cintilações que mal bruxuleiam pequeninas diante do
abismal, Vogando num oceano sem fronteiras, À mercê da Providência, Na
esperança de que uma nova eclosão de amor recomece de onde parou, Rezando para
que isso tudo não seja o fim do começo, Para que o milagre que nos surtou volte a nos equilibrar, A nos reencontrar com Deus onde ele se perdeu e deve estar a nos procurar.