Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98.
Nascemos quase no mesmo lugar, Dispondo-nos a andar, Apressando o passo, Atravessando os caminhos de pequenas distâncias que a amizade aproxima, Nascemos quase na mesma época, Deixando o tempo passar, Este majestoso senhor da eternidade e do infinito, Venerado e rogado, Por todo impetuoso espírito, Que o verdadeiro amor engrandece, Quase recebi seu sorriso adolescente, Quase recebi seu beijo juvenil, Ainda mesmo de namorados de menor intimidade, Fiquei com seu abraço de ternura, Com esta ressonância, Que chamam de saudade, Como uma canção alegre e sentida, Que, Embalando nossa separação, Nos seguirá por toda nossa vida, Em nossos dias, Cada um reza sua reza, Você dança sua dança, Eu canto meu canto, Mas sempre entoamos as mesmas morosas cantilenas, Em vozes baixas e em tons brandos, Como mães que balançam os berços para acalentar o repouso de seus filhos, Baile uma última vez para nós, Como inquieto vaga-lume, Pelos seus campos de flores que se estendem até as margens do rio, Sobre suas barras remansadas, De sentimentos trazidos pelas águas, E guardados nos estuários de nossas lembranças, Como tremeluz um solitário pirilampo, Que, Voluntarioso como Fernão Capelo Gaivota, Deixa a vida mundana, Sobe ao céu noturno, E lá reluz no manto estelar como uma nova fagulha de diamante.