sexta-feira, 8 de novembro de 2024

CLAUDIA, AOS 25 ANOS, RECEBE DEDICATÓRIA DE ANÔNIMO

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98.  


Na hora suave do nascer de mais um dia, A bolsa-d'água se rompeu, De súbito, Fui jorrado num mundo que eu desconhecia, Como a mim mesmo, Onde o inexorável prazo de permanência tem esta redundante validade, Entre alegrias e dissabores, E se neles não pude vislumbrar uma boa proporção, Achei em você, Espreguiçando e sorrindo sua graça descontraída, A única razão para não amofinar-me sobre o que fora antes de ser, Hão de levar-me os desígnios em sobras do tempo, Mas ainda não vou, Como a guerreira Arya que recebeu da bruxa Melisandre esta pergunta: O que dizemos ao Deus da Morte?, E Arya respondeu: Hoje não!, Não até te amar tudo o quanto posso, Se nossas vidas fossem incontáveis como as estrelas no universo, Eu faria arte com o acaso e sortilégios com a providência, E viajaria até a última galáxia, Para lhe trazer uma flor impensável, Tanto quanto é inigualável seu corpo abstraído alinhando-se com seu meigo olhar, E quando voltasse numa fração de eternidade, Encontraria sua beleza interior ainda ao meu lado, Mas como não somos donos de nossos destinos, E não sabemos se teríamos um ao outro se retornássemos de nossas mortes, Só podemos nutrir o amor presente, Aumentando-lhe as proeminências que acalmam, Endoidam, Elevam, Se entregam, E cantam esta sublime melodia, Que transcende de nós para fora do cosmos, Jamais diga agora ou nunca, Diga Sempre!





INVEJA


Texto de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98.


Homenagem a Daniel Piza, o melhor jornalista do Brasil, morto em 30 de Dezembro de 2011, com apenas 41 anos.


Deus trouxe-o ao mundo com todo este talento, toda esta precocidade, e bem que poderia ser por pura sorte, sem mérito, no máximo por mera obstinação para encontrar as oportunidades e aproveita-las, não sem antes receber uma pequena ajuda decisiva que lhe permitiu por em prática seu intelecto com uma modéstia que chega a pedir desculpas pelo saber que você adquiriu. Você não me conhece e eu só conheço um pouco de suas ideias que me causam tanta inveja. Deveriam ser os mesmos os anjos que soaram suas trombetas aos nossos nascimentos, mas eles continuam trombeteando só para você e arrancando de seus admiradores elogios rasgados pelo seu brilhantismo e a serenidade que você mantém diante de seu sucesso. Sempre procurei encontrar um defeito, por menor que fosse, um mau gosto, por mais unânime que fosse, em tudo que você diz e faz. Mas, confesso, esta sua inesperada partida chocou-me e levou-me a cobrar de Deus uma explicação. Fui instigado a olhar para seu rosto de homem com sorriso de menino. Fui impelido a descobrir o resto de você que eu não conhecia e minha inveja tornou-se maior que o seu sonho que nunca se realizou. Era eu quem deveria partir primeiro, mas Deus mantém-me neste mundo no seu lugar, no seu papel que não tenho capacidade de desempenhar. Resta-me apenas prestar-lhe uma homenagem que se tornará insignificante sob tantas outras manifestadas por gente tão grande como você, não sem antes minha inveja voltar a assumir o controle das minhas emoções quando alguém, inadvertidamente, lembra de sua simplicidade apesar de sua riqueza material. Eu já tinha encontrado uma desculpa para justificar meu retardamento, mas ainda tenho dentro de mim um daimon que pede-me para seguir seu exemplo, partindo do degrau mais baixo que você galgou há tanto tempo, e para pedir-lhe desculpas pela minha inveja que, se chagasse ao seu conhecimento, teria, no máximo, feito você se entristecer com minha pequenez.


SHE'S A WOMAN WHO UNDERSTANDS, SHE'S A WOMAN WHO LOVES HER MAN


 [Verse 1]

My love don't give me presents

I know that she's no peasant

Only ever has to give me

Love forever and forever

My love don't give me presents

Turn me on when I get lonely

People tell me that she's only

Fooling, I know she isn't

 

[Verse 2]

She don't give the boys the eye

She hates to see me cry

She is happy just to hear me

Say that I will never leave her

She don't give boys the eye

She will never make me jealous

Gives me all her time as well as

Loving, don't ask me why

 

[Bridge]

She's a woman who understands

She's a woman who loves her man

 

[Verse 1]

My love don't give me presents

I know that she's no peasant

Only ever has to give me

Love forever and forever

My love don't give me presents

Turn me on when I get lonely

People tell me that she's only

Fooling, I know she isn't

 

[Guitar solo]

 

[Bridge]

She's a woman who understands

She's a woman who loves her man

 

[Verse 1]

My love don't give me presents

I know that she's no peasant

Only ever has to give me

Love forever and forever

My love don't give me presents

Turn me on when I get lonely

People tell me that she's only

Fooling, I know she isn't

 

[Outro]

She's a woman

She's a woman

She's a woman

She's a woman

She's a woman


ENCONTRO DE AMOR DEPOIS DA ANAFILAXIA

Texto  de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98

Impessoais, Imortais, Depois da anafilaxia, Sem tudo que é pouco, Onde nada é impossível, Totalidades de extrassensorialidades, Lacunosidades de mortes, Inexistências de intempéries, Depois dos contratempos, Depois das vidas, Nenhuma água turbulenta, Nenhuma luz cegante, Poucas plebes, Vigílias leves, Realidades obscuras, Levitações, Evoluções, Voos em todas as direções, Vigílias pesadas, Adejos cadentes, Quedas livres até os limiares, Ainda vivem, Quer queiram, Quer não Queiram, Voejos pairados, Tem voos planados, Fins das diretrizes, Sem corpos, Tem nirvanas, Desaglomeração de gentes, Amores amando, Vacuidades de vivalmas, Depois da anafilaxia, Ilimitam os conscientes, Tem pousos, Maciezas, Projeções astrais incessantes, Nem entes, Nem pressas, Psiques clarividentes, Sem entidades oníricas, Sem entidades vigeis, Sem noites, Nem dias, Os todos primorosos, Só com flores e suas perfumarias, Depois da anafilaxia, Serenidades nos apocalipses, Onde nada é impossível, Tem anima, Animus,  Voos flutuantes, Caras metades se inteirando, Com Macha, Sem Nemain, Sapiências, Relativismos relativizando, Antimatérias, Universos se expandindo, Sem heróis, Com Infinitos, Velocidades acima da luz, Universos se chocando, Almas gêmeas se encontrando, Tem ideias ampliadas, Onde o conhecimento é absoluto, Livres para amar, Amar, Tem indubitabilidades, Interligações, A mulher, O homem, Sem nada que seja pouco, Massa negra esticando, Encontro de amor depois da anafilaxia, Onde o espírito dispensa todo tipo de profilaxia, Sem Evas, Sem Deuses, Sem Adãos, Sem Dionísios, Sem frutos proibidos, Nem infernos, Nem paraísos,  Encontro de amor depois da anafilaxia, Onde o espírito dispensa todo tipo de profilaxia, Impessoais, Imortais, Depois da anafilaxia, Sem tudo que é pouco, Onde nada é impossível, Tem indubitabilidades, Interligações, A mulher, O homem, Espaços sem horizontes, Massa negra que tudo vai levando, Impessoais, Imortais, Posteridades, Anafilaxias, Tudo-nadas, Tudo-tudos, Possibilidades, Totalidades, Extrassensorialidades, Mortes em vidas, Calmarias, Desmastreios, Vidas em mortes, Águas bentas em estrelas refrescantes, Plebes nas realezas, Encontro de amor depois da anafilaxia, Onde o espírito dispensa todo tipo de profilaxia.