Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98,
Finalmente você chegou,
Como chega a quadra de cada ano de espera, De cada dia infindável que minha
saudade de você contou, Dias de folhas caídas, Pela mulher que sempre permanece
bonita, Que desconhece o outono da vida, E se perde nos anos verdes que retém,
De noites estreladas, Pela mulher de olhos sempre reluzentes, Que rejuvenesce
através das primaveras, E relativiza o tempo morto que me detém, Vem com a noite
iluminada de inverno, E com o dia ensolarado de verão, Abre espaço para mais uma
estação em minha alma, Com a suavidade de seus lábios que me marejam de emoção
num sol-posto de paixão, E com o esplendor do seu olhar que me serena a aflição
na lua cheia de sua calma, Finalmente você chegou, Quando vinha acordando a
manhã silenciosa, Lírio-do-vale oriental e resplandecente,
Círio-de-nossa-senhora luzidia e gloriosa, Estrela Vésper deste seu jovial
madrugador de coração errante, Mata minha nostalgia com esses olhos verdejantes
de esplendor, Como prados que se deitam aos nossos pés sob um firmamento
convidativo para nos acomodar, Enquanto Vênus se despede no horizonte levando um
pouco do nosso ardor, Mata minha nostalgia com essa boca ruborizada de fervor,
Como rosas que exalam seus aromas aos nossos corpos sobre uma gramado altivo
para nos perfumar, Enquanto o sol se levanta acima das montanhas para nos
testemunhar, Você é tudo isso, E faz de mim um Luiz Vieira a cantar, Você é isso, Estrela matutina, Luz
que descortina um mundo encantador, Você é isso, Parto de ternura, Lágrima que é
pura, Paz do meu amor.