Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. Clique no link abaixo e leia o texto ao som de uma música apropriada para o mesmo
Menino trapo, Perde-se na memória do tempo nos meus
abraços, Na sua nova morada seu mesmo cuidado, Vem do bem que mais se enseja, Do
amor que mais se procura, Foram-se as noites de folguedos a olhos fechados, De
segredos guardados pelos astros, De teu conjurador as palavras emudeciam, As
lembranças que na alma lhe moravam, Foi-se a menina de corpo pequeno e malfeito,
Vistosa na janela do espírito, Nas flores e folhas que enchem o peito, Com uma
ave-maria rezada a medo, Menino trapo, Encontra-se no desconhecimento da
história nas minhas inspirações, Na sua nova jornada sua América descoberta, Vai
do saber que não apenas se escreve, Do privilégio de ler primeiro o que a mente
cria, Achegam-se os belos dias que aproveitam-se de inocentes, De maneiras
acanhadas de emoção, De teu coração as batidas palpitam, As sombras da fé que
descem ao fundo de sua ingenuidade, Chegam as crianças de faces coletivas e
desapercebidas, Nos bilhetes e mãos acenadas, Sem uma malícia imposta por um sacrifício hediondo.