A aglutinação não exala perfume nem se dobra ao vento, Tem
voracidade por sangradura que se impregna no ar sem brisa, O alvoroço não está
nos prados alinhados, Mas em intricados e sinuosos caminhos de pedras, Para se
ouvir o ofego da única flor é preciso apartar-se da algazarra animalesca e olhar
do alto, A movimentação abaixo é lenta, ardilosa e sorrateira, Pontuando o
sofrimento da divindade que veste carne humana, Resignada com o destino imposto
pela sua própria criação, Arrasta-se pesadamente sob escárnio mundano e
lamentação celestial, Cresce a indignação pelo impensável e implacável,
Assomam-se e elevam-se as lamurias à altura de um cadafalso, Prostradas e
ultrajadas sua glória e onipresença, Rende-se às garras de seus algozes e ao
canto consolador dos que lhe acompanham na dor e no silêncio, Mãe nossa que
estais no mundo, Purificado seja vosso martírio, Voltai a nós vosso poder, Longe da
terra e próximo das alturas, Para vossas pétalas arrancadas aos pares, Duplas
vibrações de mirra e aloés, Para vosso broto desnudo e exposto à humilhação, Um
bálsamo de nardo da Índia onde fostes ungida por mãos santificadas, Para vosso último suspiro de solidão e abandono, Nossa boa vontade para vos receber na paz
que cultivastes nos jardins do universo, E assim está consumada vossa colheita neste
orbe.