domingo, 29 de setembro de 2024

AS ÚLTIMAS HORAS DE VIRGINIA WOOLF


Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

As horas, Por que elas se demoram, E quando chegam vão embora? Por isso esta minha mensagem solitária e breve, Para ser hora esquecida, E não esperar por mais instante, Para tirar um peso oneroso das suas costas, E por para dormir sonhos de que desde sempre me levanto, Pois minha luta está pela hora da morte, Que não tarda, Não se atrasa, E nesta hora de cancão pegar menino, Mantenho acesa a lâmpada da imaginação quando tudo está em silêncio, No fundo do mar, No ventre materno, Sem tempo para ver de que lado sopra o vento, Sem sono, De olhos arregalados, Sem cochilos e despertares, Porque já estou em cima da hora, Já não tenho mais tempo para juramentos, Se não me apressar agora, Nunca vou te ler, Nem te escrever, Não posso mais ter horas para a liberdade de sua criação, Para o prazer da sua leitura, E da sua audição, Oras, O que são essas horas? Por que esperar para produzir em boa hora? Por que achar que as más escolhas são sempre feitas na última hora, Em má hora? Para que fazer hora? Por que esperançar que a inspiração venha fora de hora, A desoras? O medo que me retrocede, Da soleira da porta banhada pelo sol contente, Até as horas mortas sob o luar doente, Vem da minha frívola insegurança, De meu arrependimento da hora que nasci, Da hora que morri, Então, Meu benquerer, Saio à boca da noite, Faço horas pelos jardins, Até encontrar-me com as águas de olhos fundos, Irmãs na dor, Chorando comigo minhas mágoas, Dou-lhes meu beijo de boa noite, Deixo-lhe saudades, Meu amor pela sua bondade, Por ter sido feliz ao seu lado, Para te deixar criar, Para levar minha maldição embora, E não te ver mais aflito, Te deixar livre de minha eterna aparência triste, Minha insistência doentia, Que cria coragem com a prece saída de seus pensamentos, Tudo nas melhores horas e nos melhores momentos.

O FUTURO É O QUE VOCÊS FIZEREM DELE ONTEM

 Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. TEXTO AO SOM DA MÚSICA DO VÍDEO POSTADO NO FIM. Sem ela, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche) 


Nota: Além do texto, os londrinos se amarraram na ilustração, capa de um álbum da banda britânica OASIS, uma foto tirada numa transversal da famosa Oxford Street, quase em frente à loja de sebo de CDs chamada SELECTA (a primeira do lado esquerdo), onde comprei e troquei CDs muitas vezes nos anos 90. Em tempo: a música é da banda britânica CORNERSHOP, formada por um inglês e um indiano e tem o nome de SPECTRAL MORNINGS (Manhãs Espectrais), nome que achei bom para a poesia.



Manhã de glória, Pose de Lord, Manhã da história, Patíbulo em Oxford, Em Paris dancei o último tango, Em Liverpool cantei além-mundo, Eterno campo de morango, Eterno surreal sou oriundo, Na porta da última morada, Wilde, Keats e Yeats são seus, Na janela da arte narrada, Woolf, Lessing e Austen meus, Manhã que aureola, Massa verde na água mel, Morre na pedra que rola, Meu espectro sobe ao céu, Em Praga meu coração é Rilkeano, Em Grangemouth gêmeo de Cocteau, Incomparável voz de verso Joyceano, Incomparável sabor de vinho Bordeaux, Na sala da primeira oração da sapiência, Espero morrer antes de envelhecer, Na fase última de minha curta vivência, Espero vencer antes de morrer, Manhã espectral, Máquina estatal na indefesa beleza, Morre no voo da projeção astral, Minha glória no chão sem surpresa, Na America meu orgulho é de cor preta, Na Irlanda ele fala em nome do amor, Vocês dois na rua sem nome e sarjeta, Vocês dois sem ninguém e sem temor, Na noite turbulenta seu sorriso, O sol precisa se pôr para se levantar, No sonho calmo seu paraíso, A lua precisa girar para a terra se equilibrar, Manhãs gloriosas, Manhãs para onde os espectros apontem, O futuro era uma pergunta de vozes curiosas, O futuro é o que vocês decidiram fazer dele ontem.