quarta-feira, 2 de outubro de 2024

BRECHÓ DE ALFARRÁBIOS

Texto de autoria de Alceu Natali, com direito autoral protegido pela Lei 9610/98.

BRECHÓ DE ALFARRÁBIOS – ESCRITO EM 2020 E REEDITADO EM 31/03/2021

Confinado em casa desde Março de 2020, andei vasculhando, em Julho do ano passado, meus 2 mil livros e revistas(hoje reduzidos a pouco mais de 200) espalhados por vários cômodos da casa, e encontrei vários sincretismos dos quais já nem me lembrava. Alguns bem estranhos e exóticos. Outros mais down to earth. Aqui vão 9 e um bônus entre os 1750 que precisei vender no ano passado para sobreviver nestes tempos de pandemia, desemprego e de câncer esperando pela vacina contra metástase:

1) CRONISTAS DO ESTADÃO, de Moacir Amâncio, de 1991. O livro reúne Raul Pompéia, Vicente de Carvalho, Olavo Bilac, Euclides da Cunha, Amadeu Amaral, Rui Barbosa, Monteiro Lobato, Mário de Andrade, Érico de Veríssimo, Oswald de Andrade, Alfredo Mesquita, Afonso Schmidt, Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Vivaldo Coaracy, Guilherme de Almeida, Lygia Fagundes Telles, Luís Martins, Gustavo Corção, Caio Fernando Abreu, João Antônio, Raul Drewnick, Fernando Sabino, Ariovaldo Bonas, Augusto Nunes, Luís Fernando Veríssimo, Rubem Braga, Osmar Freitas Junior, Paulo Francis, Rachel de Queirós. NÃO RECOMENDO ESTE LIVRO PARA QUEM ESTAVA ACOSTUMADO COM AS CRÔNICAS DE DANIEL PIZA.  

2) A DICTIONARY OF SAMARITAN ARAMAIC, de Abraham Tal, publicado na Holanda. São dois volumes com mais de mil páginas. É lido da direita para a esquerda. Os vocábulos são escritos em grafia aramaica com tradução em grafia inglesa. Na capa há um símbolo (que parece representar dois homens da idade média, um de pé e outro montado num animal) circundado pelas palavras TUTA SUB AEGIDE PALLAS – 1683. Difícil entender quando e por que comprei e tentei ler isso. Tive que aumentar o peso de meu fardo voluntário e aprender um pouco de aramaico (da Galileia e da Samaria). Recomendo este livro para quem acha que a quarentena vai durar mais uns dois anos.

3) COMMERCIAL CORRESPONDENCE IN FOUR LANGUAGES, inglês, francês, alemão, espanhol. Capa e contracapa perdidas, portanto não sei a data de publicação. Este livro foi minha primeira cartilha quando ingressei na área de comércio internacional em 1974. Exemplo: DEATH OF A STAFF MEMBER = DÉCÈS D’UN MEMBRE DE PERSONNEL = TODESANZEIGE EINES BETRIEBSANGEHÖRIGEN = DESFUNCIÓN DE UN MIEMBRO DEL PERSONAL, páginas 76/77. Leia a elegância do anúncio DÉCÈS D’UN MEMBRE DE PERSONNEL: 
NOUS REGRETTONS DE VOUS INFORMER DE LA PERTE IMPRÉVUE QUE NOUS VERNONS D’ÉPROUVER PAR SUITE DE LA MORT SUBITE DE MONSIEUR ALCEU NATALI. IL SERA REMPLACÊ PROVISOIREMENT PAR MADAME MACEDO JUSQU’À CE QUE NOUS AYONS TROUVÉ UN REMPLAÇANT. Recomendo este livro para quem não tem computador e celular (como eu)e posta cartas no correio.

4) O SISTEMA SOVIÉTICO, de Fernando Haddad, de 1992. Recomendo este livro aos seguidores de Karl Marx que disse: A HISTÓRIA COMEÇA COM UMA FARSA E TERMINA EM TRAGÉDIA.

5) JAMES THE BROTHER OF JESUS, de Robert Eisenman, de 1997. Um livro de quase mil páginas e um índice remissivo de mais de 100 páginas. Até hoje, não sei por que cargas-d ’água tive a pachorra de comprar e LER um livro como este. Não recomendo este livro às pessoas que acreditam que Jesus não existiu e que um sujeito anônimo tomou as dores do assassinato de seu mestre, João Batista, foi a Jerusalém, e lá, literalmente, chutou o pau da barraca, teve seus 15 minutos de fama de Andy Warhol, foi preso e executado sumariamente, e virou uma celebridade do cristianismo.

6) SETE FACES DO TERROR, de vários autores, de 1992. Olha só os títulos das sete histórias: BENÇA, MÃE; A MARCA DA SERPENTE; POSSUÍDA PELAS TREVAS; TYBI, O GUARDIÃO DOS GATOS; GAROTO INVENTADO; LUA CHEIA DE SANGUE; UM HOMEM FEITO DE NUVEM. Recomendo este livro à criançada, hoje adulta, que leu as histórias divertidas no livro DER STRUWWELPETER, com desenhos cômicos, do psiquiatra alemão Heinrich Hoffmann; 

7) THE PSYCHOLOGICAL BASIS OF PERFUMARY, de Paul Jellinek, English Language Edition 1997. Roubei este livro de uma famosa livraria de Manhattan, New York, em 1989, por dois motivos sórdidos, e me recuso a revelá-los aqui. As madames podem encontrar este livro na Amazon brasileira, brand new, capa dura, ao preço módico de R$2.296,56.

8) ENGLISH AS A SECOND F*CKING LANGUAGE, de Sterling Johnson, de 1995. O autor nos ensina a xingar da forma mais efetiva possível. Ele enumera as sete palavras básicas e mais comuns: SHIT, F*CK, PISS, CUNT, ASSHOLE, MOTHER-F*CKER, COCK SUCKER. Exemplo do bom uso da palavra que ele chama de MOTHER OF ALL WORDS: 
John: Mary, would you like to attend opera this evening? Mary: F*cking-A! Should I wear my black dress? John: Why the f*ck not? Mary: F*cked if I know – Oh, f*ck! I just remembered. It got f*cked up in the wash. John: Well, f*ck the opera. Let´s stay home and f*ck. Mary: Good f*cking idea. 
O famoso escritor ficcionista, Stephen King, escreveu: GREAT F*CKING BOOK! Recomendo este livro a todos que dominam a língua inglesa e que costumam falar palavrões somente em pensamento.

9) THE UFO EXPERIENCE – A SCIENTIFIC INQUIRY, de J. Allen Hynek, de 1972. Ele me concedeu uma entrevista em 1978 e autografou meu livro. Hynek, formado em astronomia, foi consultor técnico durante 20 anos do projeto do governo americano chamado BLUE BOOK, cujo objetivo era CAÇAR um Óvni. Hynek faleceu em 1987. Ele foi o autor da metodologia para pesquisa sobre UFOs e que faz uso da nomenclatura CLOSE ENCOUNTERS que Steven Spielberg pegou emprestado para o filme CLOSE ENCOUNTERS OF THE THIRD KIND (CONTATOS IMEDIATOS DO TERCEIRO GRAU). Conversei com um sujeito da CIA nos EUA e ele me disse que os governos americano e russo continuam, até hoje, disputando, ferrenhamente, quem consegue derrubar um Óvni primeiro, e os dois continuam apanhando de goleada dos Óvnis desde 1947. Recomendo este livro científico e indispensável para todos que não acreditam em discos voadores.

10) BONUS: Como costumo fazer viagens astrais todas as noites, o que me permite conhecer o futuro, não me surpreendi de ter encontrado no meu brechó de alfarrábios o livro MEMORIAL DE TILLY E ONEDIN, que escrevi em 2070, no reduto do Inconsciente Coletivo, em parceria com Machado de Assis, o melhor escritor brasileiro de todos os tempos, e psicografado por minha neta Deirdre Ultramari. Recomendo este livro a todos os leitores que já dobraram o Cabo da Boa Esperança e estão na lista de espera!

NOTA DE RODAPÉ: A nova tradução de Machado de Assis em inglês, lançada nos EUA em Março deste ano, esgotou em um dia. Os americanos, que consideram Machado de Assis um gênio, adoraram "Memórias Póstumas de Brás Cubas" que está zerado na Amazon e na livraria Barnes & Noble (quanta saudade, B&N! – Oh my god, I think it is karma!).

JUÍZO NUMINOSO - NÃO HÁ CRIMES NO PARAÍSO

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

Quem bate tão forte como se tivesse cem nós de dedos por noite tão fechada?
Uma aspirante, saída do purgatório, ainda perdida.
Qual é a senha?
Bati a cem portas pelo umbral. Rezo para que esta não seja serventia da casa. Deram-me um violento repouso do corpo e temo que assassinem-me o da alma.
A senha está incorreta, e não há nada para se preocupar. As pessoas não cometem assassinatos no paraíso.
Como se bate a alcatra nesta terra de pés juntos?
Que gíria é essa, mocinha? Aqui se rende o espírito de velhice. Os mais jovens de doenças e acidentes.
O que é um acidente no paraíso?
Um menino se escondeu da chuva debaixo de uma árvore. Ela atraiu um raio que fulminou o garoto.
Ele morreu queimado?
Não necessariamente. A intensa descarga elétrica provoca uma parada cardíaca instantânea.
Isto é um exemplo ou um caso real?
Real.
Você presenciou?
Não. Alguém me contou.
Talvez ninguém tenha lhe contado sobre algum homicídio que você não tenha visto.
Impossível. Não há crimes no paraíso.
Então por que aí há guardas com armas de fogo?
Quem lhe disse isso?
Alguém me contou.
Alguém que foi expulso daqui?
Eu não sabia que as pessoas são expulsas do Éden.
Todo o mundo sabe o que aconteceu com Adão e Eva e os anjos caídos.
Eles fazem parte dos primórdios da criação. Os tempos mudaram muito.
Os critérios continuam os mesmos desde então.
A misoginia também?
Pare com esta ironia, mocinha. Isso não é nada bom para seu julgamento. Lembre-se do que um dos grandes apologistas cristãos disse na terra: A mulher dá a luz na dor e na angústia. Finge que sofre a atração do seu marido e deixo-o pensar que ele é o seu senhor. Ela ignora a Eva que é. Não se importa por estar ainda viva, neste mundo, a sentença de Deus contra o seu sexo. Impõe-se como uma ousada. Ela é a porta do diabo. Enganou o único quem Belzebu não conseguiu seduzir. Foi ela quem facilmente venceu o homem que é a imagem de Deus. Foi sua recompensa, a morte, que causou a morte do próprio filho de Deus. E mesmo assim, ainda ela cobre-se toda de ornamentos e túnicas de pele.
Os apóstolos  não disseram que foi Judas Iscariotis quem traiu o filho de deus?
Ocorre que Judas foi ardilosamente desencaminhado pelo demônio, uma mulher.
Uma mulher? Meus pais me ensinaram que anjos e demônios não têm sexo.
Os anjos não, mas os demônios são todos do sexo feminino.
Mas todos os demônios têm nomes masculinos: Belzebu, Azazel, Beliel, Lúcifer, Baal... e em todas as suas representações na terra eles são apresentados como machos fecundando fêmeas terráqueas para gerar o anticristo.
Que petulância é esta, mocinha? Está querendo ensinar o pai-nosso ao vigário e incriminar-se no seu julgamento? Você ainda não me respondeu quem lhe disse que aqui há policiais armados. 
Foi um drone que sobrevoou o céu e viu tudo.
Isto é ridículo. O paraíso é coberto por uma redoma de vidro.
Se é de vidro é transparente.
Seu sarcasmo ferino de conversa ordinária engana a ti mesma. A redoma é um espelho, como aquele usado nas salas de reconhecimento de criminosos nas delegacias da terra. Quem está dentro enxerga todo o firmamento. Quem está fora apenas vê sua imagem refletida.
Esse tipo de vidro deixa passar a luz, mas não deixa passar a água. Então como pode um raio matar uma criança se não chove no paraíso?
De onde você tirou tamanho disparate? Sua insolência já está passando dos limites. Você está pondo em dúvida os desígnios de Deus? Ele ajudou Moisés a separar as águas do mar. Fez chover maná no deserto. Seu filho na terra andou sobre as águas. Deus é capaz de tudo que está além de nossas imaginações.
Eu sou muito boa na água.
O que você quer dizer com esta parvoíce? Está insinuando algum tipo de comparação com Moisés e Jesus Cristo?
Não! Sou muito melhor do que eles!
Como você ousa proferir tal ultraje? Já agora um anjo guardião sussurra em meu ouvido que você é a última das sete filhas de um casal que não foi batizada pela irmã mais velha, e que vira coruja, e, à noite, entra pelos telhados e pelas janelas para chupar o sangue de crianças, bebe cachaça e pia forte, voando e soltado gargalhadas.
Nossa, este teu anjo fala como gente de minha terra. Não cheguei aqui voando. Após minha morte matada, viajei uma semana debaixo d´água até aqui. Consigo prender a respiração por quanto tempo eu quiser.
Isso é uma blasfêmia! Você deve ter sido uma bruxa queimada viva pela Santa Inquisição. Você não foi assassinada. Deve ter recebido a pena capital por prática de  feitiçaria.
Não sou bruxa nem da idade média. Sou paranormal e atemporal.
Meu Deus, você é mesma o satanás disfarçado de pobre coitada, querendo nos seduzir, mas aqui você não entra.
Certamente você conhece a mágica de levitação de pessoas que ficam suspensas no ar no sentido horizontal e o mágico passa uma argola pelo seu corpo para mostrar ao público que não há nada sustentando-as por baixo ou suspendendo-as por cima. Isso é apenas um truque barato. Olhe para mim agora. Estou levitando na sua frente.
Meu Deus do céu, você é o próprio demônio. Já chega. Vou anunciar meu veredito: você vai para o inferno.
Nada disso. Olhe bem para mim. Quantos olhos você vê?
Ave Maria, isso é uma monstruosidade. Você virou uma ciclope. Vou te despachar para o inferno agora mesmo.
Espere um pouco. é você quem está enganando a si próprio. Não estou sendo julgada. Sou eu quem está adjudicando. Agora você vai saber quem eu sou. Eu inventei o primeiro evangelho. É minha aquela frase colocada na boca do mitológico filho de deus: Onde quer que sejam pregadas estas boas novas, que será em todo o mundo, será também em memória desta mulher pelo que ela fez aqui hoje. Sabe o que fiz? Acabei com aquela machista lei semita de que a mulher deve pagar um dote ao noivo se quiser casar com ele.
Errado, sua bruxa! Esta lei nunca foi abolida na Palestina.
Nunca estive na Palestina. Inventei o evangelho em Roma. Tem mais. Quando eu disse que fui assassinada e que não queria ser assassinada novamente no paraíso, não dei uma resposta à sua pergunta sobre senha, porque ela não existe. Quis apenas lhe dizer que, por milênios, a mulher têm sido assassinada pela misoginia masculina. Você se mostrou um autêntico e repugnante misógino. Com meu poder extrasensorial pude ver que este paraíso está armado e mata quem dele tenta fugir, como se fazia na ex-URSS e Cuba, por isso vou fecha-lo e transformá-lo num infinito salão de baladas para a juventude.
Olha só meu anjo! Ela solta ectoplasma de seus dedos, desmaterializa nosso lugarzinho de delícias e volta a engolir a substância. Deus nos ajude!
Isto não lhe parece um sonho?
Sonho? Isto é pior que um pesadelo, pior que o terror noturno. É o estertor da morte, martírio eterno, o ranger de dentes, o penar do inferno. Que Deus tenha misericórdia!
Não. Este é um de meus estranhos sonhos. Não sei quem me colocou nele. Sei apenas que sempre estou sendo testada. Você acha que passei no teste? E você, quem é? Um figurante? Meu animus? Ou você é apenas um sonhador com o inconsciente coletivo que assiste a tudo de uma plateia solitária?  E eu, sua anima? Somos aqueles que permanecem à margem do cenário onírico, Que rouba o espírito em toda sua glória, E fragmenta as lembranças pela metade? Nada em nós precisa de um deus. Tudo em nós só precisa ser numinoso, um sonho, que traduz nossas vidas, e do qual sempre acordamos morrendo.


GOOD WINE ALL PARTY LONG

Resenha do álbum THE QUEEN IS DEAD da banda britânica THE SMITHS, escrita por Alceu Natali, publicado no site da Amazon dos EUA em 15/02/2009, com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. O álbum inteiro pode ser ouvido no link abaixo do texto. Sem música, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche)

Meat Is Murder was my first close encounter with the boys from Manchester and this MIM got me on my knees. I had to know more about this next big thing. Not too long The Smiths fell into my hands and whispered in my ears they were sort of skipping stages, like jumping from a Please Please Me to A Hard Day's Night and then to a Rubber Soul and then god only knows to what next. Too soon a rumor of an even better than the real thing spread in my neighborhood on the grounds that it was an imported, hard to find and priceless Hatful of Hollow. And I paid the price which turned out to be an anticipated and expensive invitation to a big party celebrating the long awaited death of the blue blood queen of Camelot. The party's treats and traits included only caviar and vintage wine and lasted for a whole week, like in those wedding parties in the old days of Cana in Palestine of the first century of the common era. An inside out dressed guest at this Dead Queen party approached whom he thought to be the bridegroom and said to him: Every man at the beginning sets out the good wine, and when the guests have well drunk, then the inferior. You have kept  the good wine until now. I think that guest was that Amazon Dot Com bloke who wrote a review of this album stating that The Smiths are essentially a singles band. He was drunken but I think he was right. After all, every Smiths album is great and made of hit singles only or, as other blokes here commented a pop masterpiece that works as a collection of singles as well as a unified album, an instant classic with zero filler in sight. If you like good wine like that one served at Cana 2,000 years ago, I recommend you to start with The Smiths, Meat is MurderHatful of HollowLouder Than Bombs and StrangewaysHere We Come. Save this Dead Queen Label for a very special date, like your own funeral, for instances! Long live Morrissey and Marrs! Melody and lyrics highlights: 1. The Queen Is Dead = Starting me up ferociously = Prince Charles dressed in his mother's bridal veil? , 2. Frankly, Mr. Shankly = Catchiness at its best = He is a flatulent pain  in the arse. 3. I Know It's Over = depressing,´emo´ contagiously ballad = If you're so funny, if you're so clever, If you're so very entertaining, If you're so very good-looking, why do you sleep alone tonight? 4. Never Had No One Ever = not arguably the weakest track, or almost a sequel to the previous song as some say, but I agree it is a kind of relief from the thunderous three opening tracks, memorably gorgeous though = I had a really bad dream, it lasted 20 years, 7 months, and 27 days. 5. Cemetry Gates = perfectly pop, folk-rockish, head sticking song = Wilde is on Morressey´s side, Keats and Yeats are on somebody else side (but on mine are Austen, Lessing and Woolf, while Wilde, Keats and Yeats are on theirs, as I wrote in my ´Spectral Mornings´), 6. Bigmouth Strikes Again = terrific, powerful, it is the pinball wizard of the album = Joan of Arc has a roman nose. 7. The Boy With the Thorn in His Side = the most enchanting, irresistible catchiness = Behind the hatred there lies a murderous desire for love8. Vicar in a Tutu = ok, it is really just like ringo singing maxwell's silver hammer on the white album, or any Keith Moon´s contribution to a who album, lazy but not bad, not even a filler = Rose counts the money in the canister as natural as rain he dances again9. There Is a Light That Never Goes Out hypnotic, lovely sick and gorgeously sad =To die by your side is such a heavenly way to die. 10. Some Girls Are Bigger Than Others = some blokes here dare to say it is the weakest, my god, how can one make people realize what classics are like? = As Anthony said to Cleopatra, as he opened a crate of ale.