Texto de autoria de ALCEU NATALI com direito autoral protegidopela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DAS MÚSICAS DOS VÍDEOS POSTADOS
Estou aqui por fração de tempo, De piscar de olhos de esplendor e um sem fim de tédio das lembranças, A totalidade de minha alma não se demorou na honestidade, Já fui fichado, Quase detido, Um pouco foragido, Um pouco escondido, Nos meus ancestrais, A eles rezando as ave-marias de mais de um terço, Sumindo devagar no crepúsculo, Surgindo em silêncio na boca da noite, Embora andando proscrito, Sou passageiro que correu as sete partidas, Oferecendo o que tinha a este ou aquele, Sempre na esperança de que algum dia me pusessem à testa de alguma responsabilidade, Enganando este ou aquele, Oferecendo o que não poderia, Sempre na ignorância de que em nenhum momento me pusessem diante de uma falsidade, Mas como um galheta, Um mísero desterrado, A morte me arrancará os ferros, Ela é sobre-humana, Dona da eternidade, Divindade das águas, E das terras, Indiferente à dor, Às alegrias, Aos desgostos, Imune às paixões, Surda aos gritos de desespero e solidão que saem do chão e chegam aos céus impassíveis, De azul enegrecido, Marfim ebanizado, Remontando minha pálida velhice aos primórdios sumerianos, Opondo-se ao meu desejo, De ser a criação, A destruição, De não mais precisar rezar, De não mais precisar aqui permanecer, Encerrar minhas experiências com a humanidade, Impor minha vontade, Saber o que o mundo não sabe, Ser a verdade revelada, O Salvador, O Omni Sciente, O Ubíquo, Porém, Na minha breve passagem pela vida, Você ainda é para mim mulher nova e formosa, Portanto adorada eterno seja.
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