terça-feira, 9 de maio de 2023

AO ETERNO E INFINITO

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98


Trem que parte de estação escondida numa deformação do espaço e do tempo de um arrabalde de alta densidade. Estação naturalmente conhecida por todos seus confinantes. No seu bojo carrega gente. Somente vidas risonhas e fugidias, vidas em movimento, que se sentem encontradas e preferem apenas partir sem atinar para o  destino. Já têm todo alento e sabem o que o amanhã trará. Lentas e ruidosas, rodas trotam pelos trilhos. O professor sem formação começa a recortar as imagens que entram pela janela. A psicóloga sem diploma é arquitetada na mente de uma marginalizada, lendo cartas de tarô em casa e farejando novos clientes na igreja. Em cada vagão todos se conhecem e são amigos. Todos precisam de pouco amor para atenuar uma dor que não têm. Uma única mulher sofisticada até agora se sente incomodada no meio de tantas pessoas, apesar da classe única ser espaçosa, confortável e quase privativa. Em cada estação todos se confraternizam e se dispersam. Todos já passaram por lá muitas vezes. Nenhum é especial e nenhum se detêm,   o movimento importa. De estação em estação entram e saem e se saúdam. Da mente da marginalizada as vidas apenas saem e se constroem nas fantasias de uma contadora de histórias de assombrações e nas revelações políticas e veladas do colecionador de recortes de jornal. Vem-lhe à mente sua impressionante e derradeira conversa com a única confidente que se impregnou em sua memória de forma indelével e traz-lhe recorrentes lembranças da última vez que ela falou-lhe tanto sobre segredos encontrados nos sonhos, numa situação semelhante àquela vivida na penúltima conversa, e ambas caracterizadas por palavras opostas àquelas que um censor emprega para depreciar os humildes anseios alheios: coerência com o conteúdo básico do conhecimento absoluto e ocorrências simultâneas sem relação causal, mas com o mesmo significado; muito mais que sonâmbulas: verdadeiras projeções astrais; oníricas, mas impessoais; tão lógicas quanto o conceito de desordem no universo e tão constantes como a insensata busca por um significado para a vida. E ao contrário da maneira de conceber e realizar atribuída pelo desagregador aos que se movem pela felicidade, as verdades que nessa penúltima estação se comprimiam intensamente como num ovo cósmico eclodiram quando a marginalizada pretendia dizer coisas feitas para não enganar, mas que fazem com que todos se sintam enganados. No entanto, estarão enganados para sempre aqueles que nunca se empenharem em compreender a querença desta explosão, que não forja um limite, segue em frente, até o fim da linha que não existe, e se dissolve com a vida que ilude.

MAGIA EGÍPCIA

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

mais de um século tornou-se bê-á-bá, nos meios acadêmicos, e mais velho do que andar para frente, na linguagem popular, o fato de que a Bíblia – Antigo e Novo Testamentos – é apenas uma antologia de mitos compilados e reeditados pelos judeus. Aliás, os judeus nada inventaram. Eles apenas copiaram histórias das mitologias de civilizações mais antigas e mais avançadas que sempre os conquistaram e os escravizaram: Sumérios, Egípcios, Assírios, Babilônios, Persas, Gregos e Romanos. A Bíblia contém uma infinidade de nomes de pessoas que não existiram, com nomes que não são judaicos, pois foram plagiados das civilizações das quais os mitos foram copiados. Moisés é um deles. É uma corrupção do nome do faraó egípcio Ramsés, que significa Filho do Sol (Ra = sol, Mses = filho). O nome original, Mses, teve a vogal ´o´ acrescentada, para tornar a palavra pronunciável. Em português, acrescentaram também a vogal ´i´. Os judeus inventaram a história de que o povo hebraico foi escravizado pelos egípcios e que um judeu poderoso, chamado Mses (Moses ou Moisés), venceu os egípcios com seus poderes mágicos, libertou seu povo da escravidão e o levou à terra prometida por Deus. Mses, que significa apenas filho, não é nome de pessoa, nem na antiga civilização egípcia nem na judaica. Você poderia ser filho de alguém no nome, mas este era sempre composto, desde os tempos antigos até nossos dias. Exemplos:  Bartolomeu = Filho (bar) de (P)Tolomeu; Barrabás = Filho (Bar) do pai (Abbas); Paul McCartney = Paul, filho de (Mc) Cartney; Eric Von Brown = Eric, filho de (Von) Brown, etc. Certamente, por volta dos anos 500 antes da era comum, quando a Bíblia foi inventada, os judeus conheciam os egípcios e, certamente mais uma vez, eles deviam estar fascinados com os avanços morais e tecnológicos dos egípcios que, entre tantas maravilhas, já faziam testes de gravidez e sabiam, com 90% de acerto, se a criança seria menino ou menina. Para combater o complexo de inferioridade, nada melhor que inventar uma história de um povo paupérrimo em ideias e tecnologias  que vence uma civilização super-adiantada. O estigma desse complexo está bem expresso no mito de David e Golias. Os judeus dissidentes da ortodoxia farisaica e saduceia da nova era, que deram início a uma religião que, mais tarde se chamaria cristianismo, também acreditavam, inocentemente, que Moisés existiu e tinha poderes mágicos que aprendeu com os egípcios. Estevão, um dos personagens fictícios do novo testamento da Bíblia, diz no parágrafo 7, versículo 22 de Atos dos Apóstolos que Moisés era versado na sabedoria e magia dos egípcios e que suas palavras tinham um enorme poder, e que esse poder era exercido não apenas com palavras, mas também com um condão  mágico que foi usado na fuga para a terra santa, quando perseguido pela tropa egípcia e ficaram sem saída ao dar de encontro com o mar. Então, Moisés ergueu seu condão, pronunciou palavras mágicas, e as águas do mar se dividiram para dar passagem aos judeus. Os Egípcios os seguiram pelo leito seco do oceano e, assim  que os judeus acabaram de passar, com o mesmo poder mágico, Moisés fechou as águas do mar e afogou todo o exército egípcio! (leia o livro mitológico chamado Êxodos, capítulo 24, versículos 21 a 28).  Essa ideia de dividir as águas do mar é pura criatividade dos judeus para sustentar uma fantasia? Não, não é. é apenas mais um dos inúmeros plágios. Um papiro da décima oitava dinastia egípcia, do ano 1550 antes da era comum, conta uma história que data dos tempos das pirâmides de Quéops (há mais de 3 mil anos antes da era comum). Diz a história que, certo dia, o rei Seneferu estava triste e desanimado. Ele chamou os nobres de sua corte real para lhe alegrar, mas eles nada puderam fazer. Então o rei mandou chamar o sacerdote Tchaca tcha-em-ankh. Este sugeriu que o rei desse um passeio de barco no lago junto ao palácio, animando-o com as alegrias que ele teria ao ver a linda paisagem nas margens do lago. Além disso, o sacerdote pediu-lhe permissão para preparar a jornada, adornando o barco com vinte remos de ébano, banhados a ouro, vinte jovens virgens, de feições maravilhosas, cabelos ornamentados e quadris perfeitos. E ao invés de estarem com suas próprias vestimentas, estas jovens estariam emaranhadas em vinte redes.  Elas iriam remar e cantar ao mesmo tempo.  O rei aceitou o que o sacerdote lhe propôs. E, de fato, o rei alegrou-se muito com o  passeio de barco, enquanto as jovens virgens remavam e cantavam. De repente, uma delas deixou cair na água um ornamento de seus cabelos, feito de um novo tom de azul turquesa. Imediatamente, ela parou de remar, e assim fizeram as outras 19 virgens. Ela e as demais se recusavam a remar enquanto seu adorno não fosse recuperado. O rei, então, mais uma vez, pediu ajuda ao sacerdote Tchaca tcha-em-ankh, e este, ao chegar ao local onde o barco estava estacionado, proferiu palavras mágicas, as águas do lago se dividiram, permitindo que uma das remadoras descesse ao fundo e pegasse o paramento. Uma vez que o ornamento da jovem foi recolado aos seus cabelos, o sacerdote juntou as águas do lago, o passeio pelo lago prosseguiu e o rei voltou a alegrar-se.