domingo, 5 de março de 2023

O QUE FAZER QUANDO O SOL ESTÁ FRIO DEMAIS - MISSÃO 'O TEMPO TEM PRESSA' - GALLERIA MELONELLA & DANAUS CHRYSIPPUS

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

- Chegamos! Estamos em Brindisi. Nosso convidado está acordando e, IMEDIATAMENTE, seguiremos pela Via Ápia. Assimilei, PRONTAMENTE, não apenas esta língua morta do século 21, mas também o senso de humor da nação do convidado. Para nosso sinal codificado, escolhi esta música de outra língua morta do final do século 20. A linguagem exótica ainda serve para o século 22. Gostaram?

- Você parece ter adotado a humanidade deste tempo com tanto fervor a ponto de escolher uma música para sincronizar sonhos, Non, Je Ne Regrette Rien do filme INCEPTION!

- Quase isso! Câmbio! Fui!


[Verses] Indenture made us bend then, In our folly, Draw their arms, Service on a station to Feltham, Roar the loudest, Notes for all, Seekers to the advantage, Stop being lovers, Don’t you know, [Chorus], Human reasoning, Yes, I grow some secret knowledge, Marjoram aurora borealis, There’s no more but change your myths, Our lips are the same yeah, There’s no need, Your terrible corroded cut heels, Won’t lend a knee to this [Verses] December mud is the last month, I’m awful sorry, Rosario, Tempers true to the running, Facing my last flood, Letting it show, Stumble and some nerve on, Back at the rest place, Hello it’s me [Chorus], There’s nothing to reckon, It’s not secret knowledge, Marjoram aurora borealis, There’s no more but change your myths, Our lips are the same yeah, There’s no need, Your terrible corroded cut heels, Won’t lend a knee to this, There’s no use, Your terrible corroded cut heels, Won’t lend a knee to this, There’s nothing to reckon, It’s not secret knowledge Marjoram aurora borealis, There’s no more but change your myths, Our lips are the same yeah, There’s no need, Your terrible corroded cut heels, Won’t lend a knee to this, There’s no use, Your terrible corroded cut heels, Won’t lend a knee to this

- O que é isso? Como vim parar aqui? Que lugar é este? Quem é você?  
- Calma, Danaus! Está tudo bem. Uma coisa de cada vez. Estamos caminhando pela Regina Viarum!
- Calma o quê! De repente me vejo num lugar estranho, com alguém que não conheço, dizendo nomes esquisitos. Isto só pode ser um sonho. Vamos lá, me diga que é um sonho, mesmo que seja um Lucid Dream!
-  Não é um sonho. Tudo aqui é real. Seu estado é vígil.
- Mas, afinal de contas, quem é você? Se parece comigo! É a minha cara!
- Eu estou bronzeada, mas você é tão branco que parece albino. Meu nome é Galleria.
- Para onde estamos indo?
- Para a capital do império.
-  Império?
- Sim, o império romano.
- E por que estamos usando túnicas para ir a Roma?
-  Porque é assim que eles se vestem lá!
- Você deve estar brincando comigo. Fui raptado por jihadistas ou estou sendo levado a um baile à fantasia?
- Gosto do seu senso de humor, mas isto não é brincadeira. Você vê algum carro circulando nesta via?
- Claro que não! Isso aqui é uma estrada para carroças. Aqui é uma região rural!
- Neste tempo não existem automóveis.
- Neste tempo? Que tempo?
- Acredito que estamos entre 60 e 120 da era comum ou, como diziam os antigos cristãos, entre 60 e 120 D.C. Depois te confirmo.
- Não é possível! Você está dizendo que viajei para o passado?
- Por que não? Você já viajou para o futuro, esqueceu?
- Ave Maria, isso já é demais para mim. Me diga de uma vez por todas. Por que fui trazido para cá?
- Estou realizando seu sonho.
- Sonho? Qual deles? Tenho tantos que nunca realizei!
- Pense no mais importante de todos!
- Ser um escritor famoso?
- Não! Vou te ajudar. Mulher híbrida te lembra algo?
- Não faço a mínima ideia!
- Está bem. Você se lembra, uma vez, de se ver, de repente, em meio a turistas guiados por um homem, todos caminhando ladeira acima, e subitamente um jovem urso, andando ereto a passos largos, ultrapassa o grupo, esbravejando, um tanto ameaçador?
- O quêêêêê? Você está se referindo àquele episódio maluco com ursos falantes na superfície e humanos clonados no subterrâneo? Como você sabe disso?
- Eu estava lá! Ano 2446 e.c.! Você até escreveu sobre isso no seu livro O CÍRCULO DE BACHIR!
- Caramba! Você sabe tudo sobre mim! Eu já nem lembrava disso!
- A viagem no tempo provoca estes lapsos de memória, mas você a recobra rapidamente.
- E o que você quis dizer com mulher híbrida?
- Lembra-se que lá no underground você quis entrar numa sala e uma clonada o proibiu, educadamente, mas disse que um dia você voltaria? E seu guia disse: 'Quem sabe você se encontre com uma híbrida quando voltar'!
- Sim lembro. Mas jamais voltei para aquele lugar, ou melhor, para aquele ano no futuro!
- Já voltou sim. A sala se abriu na sua mente e aqui está você, no passado, para realizar seu sonho! Eu sou a mulher híbrida!
- Impossível! Você é minha gêmea idêntica. Gêmeos idênticos só podem ser do mesmo sexo. Como você explica isso?
- Isso não é possível no seu tempo, mas no meu já é.
- Gêmea idêntica e híbrida ao mesmo tempo! Não faz sentido.
- Como dizem os alienígenas para os quais você costuma orar à noite quando está desesperado, isso é o que menos importa. Minha missão aqui não é te explicar o futuro, mas realizar seu sonho.
-  Afinal, que sonho é este?
- Antes preciso que você se lembre do motivo que o levou a viajar para o ano 2446 e.c. há muito tempo. Quer uma dica?
- Claro!
- Um seriado de ficção científica.
- The 400?
- Não, você não sonhou com isso.
- Taken?
- Também não.
- Não consigo lembrar. Talvez seja o efeito da viagem no tempo.
- Que tal Farscape?
- Meu Deus! Aquele seriado brega! Eu estava numa fase maluca, maluca como você. Eu assistia àquela porcaria e me entretinha! E ainda gravei todos os capítulos, acredita?
- Sim, eu sei. Conte o sonho que você teve com este seriado.
- Para quê? Você já o conhece?
- Neste momento há muita gente do meu tempo nos assistindo. Muitos não conhecem sua história. Conta o sonho para eles.
- Quer dizer que estou sendo vigiado, servindo de cobaia para vocês!
- Ao contrário. Muitos estão aprendendo com sua experiência. Logo você saberá como. Confie em mim, por favor.
- Você não fala como os clonados, sempre repetindo uma pergunta antes de respondê-la, fala?
- Nem tanto, mas tive que me adaptar ao seu modo de falar, obsoleto e estranhíssimo para nós do século 31.
- 31? Você disse que estava lá, no século 25!
- Viajei para o século 25 para acompanhar sua experiência com os clonados. Muito bem, agora, como vocês dizem, chega de conversa e conte seu sonho.
- Isto é bem excêntrico, mas tudo bem, já passei por coisa pior. Vamos lá, então. Eu sonhei justamente com o primeiro capítulo. Eu era um cover do astronauta americano John Robert Crichton, testando uma nova nave espacial, e acabei entrando numa ponte de Einstein-Rosen, o popular buraco de minhoca, e fui parar noutra galáxia, dentro de uma nave travando uma batalha com outra. A nave chamava-se Moya, uma nave-prisão viva, com uma tripulação de condenados pelo regime opressor dos chamados Pacificadores. Os condenados eram todos de planetas diferentes e falavam línguas diferentes, mas todos se entendiam graças a um dispositivo enfiado por robozinhos no calcanhar, permitindo que todos se comunicassem como se falassem a mesma língua. Assim que me viu, aquela morenaça de cara brava, a Oficial Aeryn Sun, uma Pacificadora renegada, me considerou um inimigo invasor e partiu para cima de mim para me matar. Eu pedia calma a ela, tentando explicar que assisti ao seriado e que eu era o John Crichton, mas ela não me entendia e queria me matar. Por sorte, aquele grandalhão, o Luxan Ka D’Argo, interveio e acionou o robozinho que instala o tradutor. Assim, pude me explicar e as coisas se acalmaram. O Luxan Ka D’Argo deu ordem para a nave cair fora dali. Ela deu uma arrancada assustadora. Num segundo saiu do ponto zero para a velocidade da luz. A gente simplesmente despareceu e reapareceu noutro lugar muito distante. A partir deste ponto, mais nada tem a ver com o seriado. A nave se aproximou de algo que parecia um planeta negro e pousou sobre ele. Todos desceram na sua superfície, eu, Aeryn Sun, Ka D´argo e aquela Delvian azulona chamada Pa’u Zotoh Zhaan. Não era um planeta. Era uma estrela anã moribunda, escura e salpicada de fagulhas vermelhas, bruxuleantes e definhando. Parecia uma fogueira apagada, só carvão com alguns pequenos focos de brasas piscando. Ka D´argo conduzia a incursão e decidiu que não havia mais nada a fazer ali. Todos voltaram para a nave e eu não fazia a mínima ideia do propósito de caminhar sobre a superfície de uma estrela morta. Todos foram dormir e me ofereceram um quarto. Entrei, fechei a porta e deitei. De repente, apareceu, pendurada no teto, uma faixa, daquelas plastificadas ou de pano que são exibidas em ruas para anunciar um evento ou para fazer algum tipo de propaganda. A faixa era longa e larga, e nela estava escrito: O QUE FAZER QUANDO O SOL ESTÁ FRIO DEMAIS. E assim terminou o sonho. Eu associei a mensagem àquela estrela agonizante. No entanto, o que ela significava? Por que é preciso saber o que fazer quando uma estrela está fria demais? O que significa um sol frio demais? Mesmo que ela fosse uma anã marrom, sua temperatura superficial seria, no mínimo, de 700 graus. Ninguém pode caminhar sobre um inferno como este. O que você acha?  
- A mensagem da faixa é, na verdade, uma metáfora que logo logo você vai entender. Você estava procurando por algo e conseguiu, em parte, mas não na sua plenitude. Então, resolvemos te presentear com algo com o qual você nem mesmo sonhou. Sabe o que vamos fazer em Roma?
- Me diga logo!
- Vamos nos encontrar com a mulher apressada, aquela que inventou a história mais bem contada nos anais da humanidade! Aquela que você tanto pesquisou!
- Sério? Mal posso acreditar. Isto é muito mais que um presente. É um privilégio sem precedentes! Nem em sonho imaginei que eu veria isso. Confesso que eu venderia minha alma ao diabo para viver neste tempo e ver esta mulher inventando a história meticulosamente. Estou muito emocionado e nem sei como agradecer,  Gal...
- Galleria. É por isso que chamei minha missão de O Tempo Tem Pressa.
- Devo agradecer a Deus?
- Agradeça aos humanos do século 31!
- Por que você a chama de mulher apressada?
- Você conhece a história a fundo. Nunca percebeu que ela tem a mania de usar frequentemente o advérbio IMEDIATAMENTE. Muitas das ações que ela descreve são sempre tomadas rapidamente, como se estivesse sempre com pressa.
- Nossa! Li tanto este livro e nunca  percebi isso. Interessante! E qual é o nome dela?
- Ela não diz, mas você vai descobrir.
- O que vamos fazer lá? Apenas conhecê-la? Dizer, olá, muito prazer, como vai a senhora?
- Não. Você vai acompanhar, passo a passo, todo o processo de elaboração da história.
- Meu Deus! Estou pasmo! Depois disso já posso morrer feliz. Como vai ser? Vamos simplesmente bater na porta dela e dizer: Olá, viemos de longe e gostaríamos de entrevistar a mulher apressada.
- Não. Ela está esperando por mim.
- Ela te conhece?
- Não. Eu fiz chegar aos ouvidos dela que há uma moça da palestina que tem informações privilegiadas sobre a história que ela vai escrever.
- Como você vai explicar a ela que tem estas informações privilegiadas?
- Vou dizer que sou filha de um general romano que serviu em toda a Palestina. Ele se casou com uma samaritana. Portanto, vou me apresentar como uma romana samaritana. Isto te lembra alguma coisa?
- Romana samaritana? Não sei. Mais uma pegadinha sua?
- Pense num sujeito talentoso que aparenta ser samaritano e que conta uma história sobre os bastidores do império romano!
- Escravos Talentosos! Puxa, você assistiu à minha palestra?
- Nós assistimos. Excelente trabalho de pesquisa!
- Como você vai explicar à mulher apressada que você sabe que ela planeja escrever uma história que moldará a moral de parte de meu mundo?
- Ela nunca esteve na Palestina e é por isso que comete erros de geografia. Ela depende de muitos informantes judeus que foram deportados como escravos para Roma, depois de serem derrotados na chamada Guerra dos Judeus em 70 e.c., e também de judeus da diáspora que, por livre e espontânea vontade, se mudaram para Roma, e trouxeram da Palestina informações que foram passadas de boca em boca, através do que vocês chamam de tradição oral. Se bem que, como você testemunhará, devemos dar mais valor à criatividade da mulher apressada do que crédito aos seus informantes. Eu sou uma informante especial porque estou sendo enviada por recomendação de um general romano!
- E como eu entro nesta história?
- Neste tempo, uma mulher não pode fazer uma longa viagem sozinha. Ela será conduzida pelo seu irmão gêmeo. Além disso, eu tenho comigo uma carta de referência escrita por um general e, por isso, estamos sendo escoltados por soldados.
- Não vejo nenhum soldado!
- Parte deles está 500 metros à nossa frente, e outra parte 500 metros atrás de nós.
- Você pretende dar sugestões sobre o que a mulher apressada deve escrever?
- Sim!
- Mas assim você vai mudar a história. Vai interferir no passado. Como fica o paradoxo?
- Nenhuma viagem no tempo, para o passado ou para o futuro, interfere na história. Você mesmo encontrou uma solução no seu texto O HOMEM SONHADO!
-  Você leu tudo o que escrevi! Sinto-me honrado. Mas O HOMEM SONHADO é um sonho e ficção!
- Não se preocupe como nós no futuro resolvemos o paradoxo da viagem no tempo. Concentre-se na mulher apressada. Sua aventura será fascinante!
- Por que eu fui escolhido? Sou um zé ninguém, apenas um curioso. No meu mundo há uma quantidade enorme de acadêmicos com um vasto conhecimento que faz me sentir um estudante do mobral. E também não entendo porque vocês estão empreendendo esta aventura só para me presentear, para realizar um sonho que nunca tive.
- Na verdade, é um de nossos projetos e decidimos levar alguém do século 21. Quer saber porquê? Vocês têm algumas máximas interessantes. Por exemplo: 'Pedi, e vos será concedido; buscai, e encontrareis; batei, e a porta será aberta para vós. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, se lhe abrirá'. Você bateu e a porta se abriu, buscou e encontrou. Você é muito estudioso. Vai a fundo. Leu muitos livros acadêmicos e, ao contrário de muitos catedráticos de seu tempo, você não tem medo de dizer a verdade! Seus textos CONTEXTO PARA UMA PARÁBOLA, ESCRAVOS TALENTOSOS e aquele que se parece com o nome da banda inglesa, THE JESUS AND MARY CHAIN, que você alterou para THE JESUS AND JOHN CHAIN, te credenciam a participar deste projeto. Mais perguntas?
- Estou extasiado! Sim tenho mais algumas perguntas. Onde ficaremos em Roma?
- A mulher apressada vai nos hospedar em sua casa.
- Ave Maria! Que loucura! Quanto tempo vai levar até a mulher terminar o livro. Temo que, de acordo com a teoria da relatividade de Einstein, eu volte mais novo e encontre meus familiares e amigos bem velhos ou até mortos.
- Lembre-se que a mulher é apressada, e a teoria de Einstein se aplica a viagens na velocidade da luz e sempre constante. E esse não é nosso caso. Mais perguntas?
- Falta muito para chegar?
- Deixamos Benevento e Taranto para trás há algum tempo. Já passamos por Cápua, mais da metade do caminho. Deve faltar uns 250 km.
- Como pode ser? Começamos a caminhar faz uns 5 minutos?
- Nós manipulamos o tempo. Vamos chegar antes do anoitecer. Agora deve ser 5 horas da tarde.
- Incrível! Já que você manipula o tempo, porque a gente não aterrissou direto em Roma?
- Já pensou você acordando da viagem na casa da mulher apressada, apavorado e perguntando: O que é isso? Como vim parar aqui? Que lugar é este? Quem é você?  Você iria assustar a mulher apressada e estragar todo o projeto. Além disso, antes de chegar à casa dela eu precisava te explicar tudo que venho te explicando até agora. Mais perguntas?
- A mulher apressada não vai estranhar ao ver um casal de gêmeos idênticos?
- Sim, ela vai, mas a curiosidade dela sobre o que tenho para informar fará com que esta questão fique em segundo plano. Mais perguntas?
- Que língua vamos falar?
- Já instalei na sua cabeça um dispositivo muito melhor do que aquele do robozinho de Farscape. A mulher apressada fala Grego Clássico, Grego Coiné, Latim, Hebraico, Sírio-Aramaico e Aramaico Samaritano. Estamos preparados para entender e falar qualquer uma dessas línguas. Aliás, estou o tempo todo falando na língua do meu século 31. Você me entende por causa do dispositivo. Mais perguntas?
- Sim, com que nomes vamos nos apresentar
- Vou me apresentar como Galleria Mellonella e você é Danaus Chrysippus, meu irmão gêmeo.
- Que nomes são estes? Em Latim?
- São nomes de borboletas.
- Borboletas? Por quê?
- Eu adoro as borboletas de seu tempo que não existem mais no meu século. Encontrei uma música do final do século 20 só com nomes de borboletas. Quer ouvir?
- Claro!
- Aperte o botão do vídeo na sua cintura e acompanhe a letra holográfica à sua frente.
- Nossa, sua tecnologia é da hora!
- Não estou usando tecnologia de meu tempo porque temos suporte alienígena e você não iria entender. Estou usando tecnologia do século 22, a mais próxima de sua capacidade para entender os avanços da humanidade. 



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ESPERANÇA

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DA MÚSICA DO VÍDEO POSTADO NO FIM. Sem ela, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche)

Você é diferente de tudo, Em meio à flora e à fauna universal, Em meio à supremacia da verde vegetação da terra, Ainda assim você é cor única num prisma alienigena, Absorve e reflete todas as nuanças, Tanto faz se você é uma alfanumérica como 2MASSJ0523-1403 ou um nome como VY Canis Majoris, Uma lesma ou um falcão peregrino, Abraçada a mim ou passeando pela galáxia z8_GND_5296, Sempre bonita aos meus olhos, Feia aos de quem não vê, Na estaca zero ou no Pi da contagem progressiva da alma, Só comigo ou multibilionésima acompanhada, Em Moçambique ou nos EUA, Viajando pelas estrelas ou apenas contando-as nos olhos da noite, Nas retinas tão fatigadas de Carlos Drummond de Andrade ou no limite do amanhã, Morrendo feliz na estrada sem destino ou perdendo-se assustada numa odisseia pelo espaço, Com um instante de decisão e sem um voltar atrás, Porquanto a mesma água que você tocou no rio você não tocará nunca mais, As pegadas que você deixou na areia da praia desapareceram com o vaivém das marés, Tudo e todos são iguais a você quanto muito na forma, Mas não na essência, Você é um presente caído do céu, Com embrulho tão semelhante a tantos outros, Mas jamais em conteúdo, E este que recebi de você, Vou abrir já para ver se dentro dele há 
um caminho que leve à felicidade, Pois ela não nos procura, Nem nos escolhe, Só se disponibiliza, Vou abrir agora mesmo, Pois posso estar à sua entrada sem perceber, Este pode ser nosso melhor tempo, Nosso melhor momento, E ninguém poderá ser e fazer em nosso lugar, Porque ninguém é Houdini, Mas realista esperançoso como Ariano Suassuna, Ninguém é santo milagreiro, Mas voluntarioso como o Conde de Monte Cristo, Ninguém é predestinado, Mas determinado como Gandhi, E muita gente por aí está escolhendo este dia para fazer um novo fim, Diferente do meu, Diferente do seu, Quem sabe muito parecido com aquilo que você chama de Deus!