domingo, 31 de julho de 2022

MINDY IS MY TELETREASURE


Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DA MÚSICA DO VÍDEO POSTADO NO FIM. Sem ela, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche);


Sempre vivi na ilusão de que jamais tomaria conhecimento de tanta insegurança, Uma fraqueza que tão desgraçada me fez a vida inteira, Enquanto você era moderada por natureza, Eu radicalizava em tudo, Até no amor, Enquanto eu crescia adulto fraco na incerteza, Você já era resoluta demais para uma criança, De tanta beleza, De tanto vigor, Mesmo que você não saiba que seguimos existindo em tempos separados, À distância, Namoro seus lindos olhos azuis, Mais ainda seus cílios e supercílios quando maquiados de rímel negro, Não desvio minha atenção para seu corpo, Convirjo-a em seu rosto  graciosamente severo, Este conjunto de traços que criou-se em torno da meiguice, Resistindo à minha rendição, Por jamais poder ser apenas mais um dos homens na sua história, Resistindo até ao esgotamento completo, Reconheço seu talento e meu arrependimento, E sem você saber, Vejo-te todos os dias, Na hora que eu quiser, E só com isso me contento, Você atrasada na hora de nascer, Eu precoce na hora de me perder.     



THE BRITISH INVASION - THE CULT

 


sábado, 30 de julho de 2022

THE BRITISH INVASION - THE BEATLES

 


TE VEJO EM SETEMBRO

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 





Vejo-te em Setembro quando o verão deixa o hemisfério norte e se põe a caminho do sul, minha adorada, e para você estou voando, pátria amada, fugindo das folhas caídas, pegando um resto de frio acalorado, vendo as flores preparando-se para desabrochar. Do meu lado há um professor de educação física, dos tempos do chicote para menos de 300 abdominais de uma só vez. Ele faz uma oração a Santo Egídio antes de o avião decolar. Parece uma corça que come desconfiada na relva sossegada onde o leão está longe, mas não descarta a remota chance de aparecer. Um sujeito alto perambula pelos corredores procurando seu assento. Tem uma máquina fotográfica pendurada no pescoço. Não é turista. Deve ser repórter, pois veste um colete de lona cheio de bolsos carregados. Encontra um lugar ao lado de um soldado cuja farda toda azulada lembra-me da velha guarda civil dos meus tempos de criança e respeito pelos cidadãos. A autoridade que deve proteger também pede proteção. Ele fala com Santa Dorotéia, própria da estação que está por vir. Sua prece é fervorosa e convence até Crista e Calista. Atrás de mim duas pessoas conversam sobre a fauna e a flora amazônica. Um é biólogo e ressalta o grande número de animais ainda desconhecidos pelo homem. O outro é farmacêutico e fala das muitas plantas medicinais raras que são contrabandeadas para o exterior. A aeronave desgruda do chão e os dois interrompem a conversa instantaneamente. Sobra apenas uma dupla de murmúrio parecido com canto gregoriano com redutor de ruído Dolby. Decifro as palavras balbuciadas e delas vêm São Moisés e Santo Herculano. Eu não sabia que existe santo com este nome. Quantas pessoas rezam para Moisés? Quantos sabem que Herculano foi um soldado romano? O sujeito do meu outro lado é gentil e se apresenta, mas logo sai dizendo que é um alfaiate. Por que alguém em pleno ar precisa dizer que é alfaiate? Será que estou tão mal vestido com minha calça cargo, camiseta de cinco dólares e chinelo e estou precisando de uma faxina indumentária? O alfaiate logo se volta para o passageiro sentado no último banco da fileira e arrisca: ‘Aposto que você é administrador de empresas?’ Há quem diga que quem é formado em administração não é formado em nada, mas será que é tão fácil assim identificar um administrador? O alfaiate não me perguntou sobre minha profissão, e eu sou administrador, ou seja, não sou nada, e o hipotético administrador junto à janela nada respondeu. Manteve-se imóvel, imerso em sua reza a São Zacarias. E Zacarias, tornou-se santo só porque era primo de Maria? Se ele é santo, então sua mulher, Isabel, deve ser também. Da boca do inerte só saiu o nome masculino, solene, respeitoso, como se estivesse cantando o hino nacional pela primeira vez, faltando apenas soltar o grito de independência ou morte. Os avisos de apertar o cinto de segurança foram apagados. Levanto-me para esticar as pernas. Estou gordo e não aguento ficar sentado num apertado cubículo. Vou ao banheiro e fico andando pelos corredores antes do serviço de bordo começar. Há muita gente descontraída e muita gente apreensiva, e com fome também. Uma mulher diz a outra: ‘Sou alfabetizadora’. Ela quis dizer ‘professora’. A outra responde: ‘Sou cuidadora de animais’. Ela quis dizer ‘veterinária’. A primeira diz: ‘Sou devota de Santa Regina’. A segunda responde: ‘E eu de Santa Anastácia’. Outra mulher no assento de trás cutuca as duas e diz: ‘Prazer, sou velocista e devota de São Adriano’. Não sei o que ela quis dizer com velocista. Motociclista? Piloto da fórmula Indy? Corredora dos 100 metros sem barreira? Perguntei-me quantos tipos de profissionais pode-se encontrar num voo com centenas de humanos. Um caixeiro viajante? Um serventuário? Um oficial  da justiça? Um cabeleireiro? Um impressor? Continuo minha andança e passo por um homem solitário lendo um jornal com tanta curiosidade e tanto pasmo que parece estar lendo o primeiro jornal do país. De repente, turbulência! O avião começa chacoalhar, a dançar frevo. A comissária pede a todos para afivelarem seus cintos e permanecerem sentados. Tento voltar para meu lugar aos trancos e barrancos, jogado pra lá e pra cá. Uma mulher segura um terço com uma cruz e abre o bico: ‘Minha Santa Pulquéria, ajuda-nos, por favor!’ Eu não estranho nomes como este porque conheci um sujeito chamado Vazinton. A intenção do pai dele era dar-lhe o nome de Washington. O que eu estranho é um piloto anunciar para todos que estamos perdidos no meio de uma tempestade, mas que o operador de rastreamento em terra já foi avisado! ‘São Jacinto’, grita outra mulher, 'faça esta tempestade parar’. Um homem ao lado dela fala manso: ‘Não se perturbe, mulher, estamos sob a proteção de São Roberto Belarmino e nada vai nos acontecer’. E a mulher ao lado dela arremata: ‘E de Santa Dulce também’. Estranho também é um jovem tranquilo em meio a tanto desespero tirar uma flauta da bolsa e começar a tocar aquela música SEE YOU IN SEPTEMBER. Não resisti e perguntei-lhe: ‘Por acaso você é músico, devoto de São Francisco ou coisa parecida?’. E ele responde: ‘Sou musicoterapeuta, quer ser meu cliente?’. Com todo respeito à serenidade do rapaz, a única música que acalma meu espírito é a britânica. A comissária vem atrás de mim e me pede para voltar urgentemente ao meu assento, mas não deu tempo. A borrasca parou, a aeronave se aprumou e o piloto avisou: ‘Graças a São Geraldo nos livramos do pior’. Um passageiro grita: ‘Não foi não, foi graças a São João Crisósteomo’. Outro retruca: ‘Nada disso, foi graças a Nossa Senhora das Dores’. E uma mulher ainda arruma fôlego para discordar: ‘Gente, foi São Cornélio, ele nunca falha’. Quando voltei ao meu assento percebi que o conjeturado administrador havia começado a falar com o alfaiate e eu entrei na conversa. O sujeito com cara de administrador começou a fazer conjecturas. ‘Creio que este problema de temporal a dez quilômetros de altura tem a ver com a falta de preservação da camada de ozônio. É preciso que haja uma compreensão mundial sobre o assunto. Todos os países estão preocupados apenas com seus símbolos  nacionais, mas não pensam de forma global, de forma planetária’. Interpelei-o: Que mal lhe pergunte, qual é sua profissão?’. E ele respondeu: Por acaso tenho cara de administrador?’. Respondi que não. E ele completou: 'Sou teatrista e devoto de São Zacarias, e o senhor?’. Para agradar gregos e troianos, judeus e samaritanos, eu disse: ‘Embora não pareça, sou administrador e devoto de Deus, portanto sou devoto de todos os santos’. Mas o teatrista, e acho que ele quis dizer ator de teatro, cobrou: ‘Quais são seus favoritos?’. Fiquei numa saia justa, mas nestas alturas, com tantos nomes exóticos pegando carona no avião, arrisquei: São Panfilo, São Januário, São Maurício e muitos outros’. Mas ele continuou cobrando: ‘Nenhuma santa?’. ‘Claro que sim, Santa Fausta, Santa Ifigênia, Nossa Senhora das Mercês e várias outras’. Antes de o teatrista fazer mais uma pergunta, pedi licença para ir ao banheiro, mas na verdade saí só para deixa-lo por conta do alfaiate e esticar as pernas. Antes da tempestade havia uma mistura de descontração e apreensão, agora havia muito alívio e falação. Lembrei-me de um amigo que é agente de viagens e que me tranquilizava quando eu lhe perguntava se a companhia aérea que ele escolheu era segura. ‘Até agora, que eu saiba, nenhum avião desta linha aérea caiu’. Pior que isso é você ouvir: ‘Não se preocupe, uma avião nunca cai no mesmo lugar duas vezes’. Nas minhas perambulações pelas alas, resolvi juntar-me às arengas. ‘Prazer, sou administrador e devoto de São Firmino, e o senhor?’ ‘Mucho gusto, sou gaúcho, funcionário municipal aposentado prematuramente por deficiência física, tornei-me um fazendeiro, só planto árvores e sou devoto de São Cosme e Damião’. O simpático moço sentado à frente ouve nossa conversa e se antecipa: ‘Sou devoto de São Vicente de Paula e contador’. ‘Contador de histórias?’, perguntei. ‘Não, apesar de jovem, já sou formado em ciências contábeis’. Outro mais atrás completa: ‘E eu sou devoto de São Venceslau e soldador’. ‘Vai seguir a carreira de soldado?’, perguntei. ‘Não, trabalho com máquinas de solda’. Eu queria parar de dar foras, mas outro nas proximidades emendou: ‘Sou devoto dos Santos Miguel, Gabriel e Rafael e sou técnico industrial e de edificações’. Fui salvo pelo carrinho pedindo passagem para servir o jantar. Por sorte, nas imediações, havia um assento vago. Definitivamente, não queria comer entre o alfaiate e o teatrista. A comissária fez a pergunta clássica: ‘Frango ou carne de vaca?’. A mulher do meu lado pergunta se tem sorvete. Estamos na classe econômica e ela vai ter que se contentar com um pote de geleia na sobremesa. Depois de comer, preciso levantar andar e papagaiar. ‘Prazer, sou administrador e devoto de São Jerônimo, e o senhor?’. ‘Sou ateu e relação pública no departamento de trânsito’. Um sujeito logo à frente me diz que é surdo, mas não mudo, e faz leituras labiais e me explica que é encanador, devoto de São Lino e que me acha muito engraçado. Eu não deixo por menos: ‘Você colhe canas?’. Ele ri e me pergunta se estou viajando a trabalho. Eu só viajo a trabalho. Não tenho este luxo de fazer turismo internacional. Um senhor idoso parece ser médium e ler os pensamentos dos outros: ‘O senhor tem alguma coisa contra Isabel ser santa como seu marido Zacarias?’. ‘Me desculpe, mas eu não disse isso em nenhum momento e respeito sua devoção à Santa Isabel’. Sou devoto de Isabel, mas não da santa’. ‘De qual Isabel o senhor está falando?’. ‘Da Isabel que proclamou a lei do Ventre Livre’. ‘Por acaso o senhor é médium?’. ‘Não, sou anunciante’. ‘Um profeta?’. 'Não, faço anúncios em jornais e revistas. Mas já fiz de tudo na minha vida. Já trabalhei em poços de petróleo, na navegação marítima e fluvial, já fui jornaleiro e tradutor. Mas nunca realizei meu sonho de ser secretário, porque em nosso pais só as mulheres podem ser secretárias. E o senhor sabe que outros tipos de profissionais eu gostaria de ser e que podem ser encontrados neste voo? Comprador, hidrófago, cantor, tia, amante, radialista, banana... ’. A conversa ficou estranha demais e pedi licença para ir ao banheiro. Voltei para meu assento e, por sorte, o teatrista e o alfaiate estavam dormindo e roncando. Dormi o resto da viagem e só acordei pouco antes do pouso. Chegamos ao destino final, um país tropical. Agora é só esperar a primavera chegar e torcer para que minha amada tenha me esperado e largado qualquer outro namorado. Não é isso que diz o cara naquela canção WHEN SUMMER IS GONE







sexta-feira, 29 de julho de 2022

THE BRITISH INVASION - THE WHO

 


THE BRITISH INVASION - THE ROLLING STONES

 


THE BRITISH INVASION - CLANNAD


 

ESQUECER É UMA VIRTUDE




Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98.
Aqueles dias que Denise tinha, A Pimentinha, Que não ardia, Só se escondia, Com lembrança mais remota que criança, Que nenhum adulto alcança, Nem o tio que contava histórias nas noites quando a vida estava suspensa no ar, Nem a tia-avó que voltava da morte para cantar, Para bater palmas para a menininha, Alegre saltando da escrivaninha, Crescendo ao lado de muito sofrimento, Escrevendo dentro de seu pensamento, Brincando com bola, Não indo tão bem na escola, Mas tão bem como um virtuoso compositor, De músicas de amor, Com palavras verdadeiras, Sempre em línguas estrangeiras, Sempre leal, Fugindo do mal, Enganando-se com o ideal, De uma família unida, De uma família falida, Pela convenção passiva, Pela incompreensão letiva, Pelas crianças que Denise precisava ter, Pelo pai que não podia morrer, Pelos amigos que poderiam ser, Omissos nas horas de servir, Pelos desconhecidos que conseguiam ver, Assistentes espontâneos por antevir, Todos aqueles dos quais agora Denise se despe, E dos novos com os quais se veste, Com os quais troca de nome, Mas não se comove, Não derrama uma lágrima, Não reserva em seu coração espaço para qualquer lástima, Passa a ser a Ariadne de Teseu, Um amor que a esqueceu, E a largou num labirinto, Cuja saída conhece por instinto, Jogando fora o novelo de linho, Porque traçou um novo caminho, Do qual ela nunca mais voltará, E nenhuma saudade se lamentará, Nenhum traje velho lhe será necessário, Nenhum farrapo novo lhe será precário, Nenhum elegante vestido negro cobrirá sua  cinta-liga, Nenhuma blusa chique cobrirá sua desnuda barriga, Apenas uma curta veste vermelha, Apenas um batom que lhe assemelha, Nenhuma recordação lhe trará tristeza, Nenhuma inovação lhe trará alegria, Nenhum novo passo lhe dará qualquer certeza, O que vier de sua nova jornada será vivido a cada dia, Todas as viagens pelo mundo serão guardadas  entre seus seios, Nenhuma pessoa que conheceu no mundo afetará seus anseios, Todos os ódios jazerão sob seus pés, Todas suas expectativas sofrearão um revés, Se lhe sobrar algum amor terá que esperar por uma nova vida, Se lhe sobrar alguma dor terá que esperar por uma verdadeira amiga, Porque romperá com o passado, E nada do que fez e foi será lembrado.

terça-feira, 26 de julho de 2022

THE BRITISH INVASION - LEVELLERS


 

ALIVE AND KICKING

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 
Anunciei ainda nos domínios da mãe do corpo, Minha chegada triunfante às fileiras da humanidade, Como quem a porqueiro passa de porco, Tendo consumido em ardores cinco quilos de fertilidade, Numa ânsia louca de me entregar às cegas à luz do sol nascente, Tal qual uma cotovia melodiando o canto da matina, Numa ânsia louca de me apertar num par de jeans fremente, Tal qual uma caloura enfeitada que para a morte não atina, Trago comigo muito fervor, Embrulhado em presente de amor, Trago comigo muita dor, Alimentada em ventre de temor, Sua Santidade, Deixei os caranguejos animados e agitados, Quando fui pela primeira vez à igreja, Meritíssimo, Deixei os meninos encantados e assanhados, Quando estreei-me como brotoeja, Meus jeans jamais desbotarão como azul índigo que sobe ao firmamento, Meus jeans vararão as noites dos tempos por toda a eternidade, Nenhum remendo transformará minha despedida num mar de lamento, Nenhuma despedida transformará minha jornada num mar de dificuldade.


The expression 'alive and kicking' was coined in the late 18th/early 19th century and is still widely used today. Its allusion to vigour and vivacity has caused it to be adopted as a slogan or title in various spheres - dance troupes, children's television programmes, kick-boxing, anti-abortion groups etc.
The earliest citation of 'alive and kicking' that I can find in print is from 1801, from the anonymous (and by anonymous, at that date, we can certainly assume female) author of the travelogue Farther excursions of the observant pedestrian, 1801. In this the narrator is interviewing a 'crab-boy', who observes:

"I left them [the crabs] all alive and kicking, your honour, when I came to church."


THE BRITISH INVASION - WET WET WET

 


terça-feira, 19 de julho de 2022

THE BRITISH INVASION - ADELE

 


CARTA DE AMOR


Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98

Sempre te amarei à feição do universo, Silente nas palavras e fulgurante no olhar, Inspiração para te escrever um verso, Estimulação para te alcançar, Sempre te amarei ao brilho de uma estrela, Com o calor intenso de uma gigante anil, Com o esplendor de uma supernova vermelha, Filetes luminescentes que escorrem de seu toque feminil, Sempre te amarei à luz do sol, Na toada de uma prece na meia-luz crepuscular, Na carícia da aurora ainda tenra sob o lençol, Na vontade de nunca mais te largar, Sempre te amarei à flor da terra, Iluminada pela lua que nos enamora, Acumpliciada com a paixão que nos encerra, Com um abraço que nos aperta e um beijo que se demora.


BODAS




Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DA MÚSICA DO VÍDEO POSTADO NO FIM. Sem ela, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche)

Ninguém é como o tempo, Ele não perdoa, Ninguém é como o vento, Ele solta as branduras e as fúrias de sua brisa e repugnância, Que não haja nos céus sustentação para os papagaios, Nem nos mares mais navegantes. Ninguém é como a morte, É como uma ninfa, Aparecendo e desaparecendo, Por entre os claros de um denso bosque, Vive, Mas está ausente, Morre um dia, Sem que ninguém esteja presente, Precisamos de mais um ano para sermos de cristal, E eu de mais vinte e um para ser de coral, E quem sabe perecer feliz como o mais antigo ancestral dos vilões do amor, Que tudo infamam, Do alto de cada pecado mortal, Vejo no seu rosto muita felicidade, E o tempo que você levou para encontrá-la, Leio em suas palavras uma mistura de alegria e vingança, E a facilidade como você se desfez da metade de sua compaixão, Ouço em teu silêncio o medo que sempre teve de mim, E como é mais nobre sofrer independente, Escondendo a dor.

música: BUY THE STARS de MARINA AND THE DIAMOMDS

[Verse 1]
You bought a star in the sky tonight
Because your life is dark and it needs some light
You named it after me, but I’m not yours to keep
Because you’ll never see, that the stars are free
[Pre-Chorus]
Oh we don’t own our heavens now
We only own our hell
And if you don’t know that by now
Then you don’t know me that well
[Chorus 1]
All my life I’ve been so lonely
All in the name of being holy
Still, you’d like to think you know me
You keep buyin’ stars
And you could buy up all of the stars
But it wouldn’t change who you are
You’re still living life in the dark
It’s just who you are
It’s just who you are
[Verse 2]
You bought a star in the sky tonight
And in your man-made dark
The light inside you died
[Pre-Chorus]
Oh we don’t own our heavens now
We only own our hell
And if you don’t know that by now
Then you don’t know me that well
[Chorus 2]
All my life I've been so lonely
All in the name of being holy
And still, you'd like to think you own me
You keep buying stars
And you could buy up all the stars
But it wouldn't change who you are
You're still living life in the dark
It's just who you are
It's just who you are
[Bridge]
You know only how to own me
You know only how to own me
You’re buying stars to shut out the light
We come alone and alone we die
And no matter how hard you try
I’ll always belong in the sky
[Outro]
And you could buy up all of the stars
But it wouldn’t change who you are
You’re still living life in the dark
It’s just who you are
It’s just who you are
It’s who you are
It’s who you are
It’s who you are
It’s who you are
It’s who you are
It’s who you are
It’s who you are

It’s who you are;

THE BRITISH INVASION - SEX PISTOLS

 

P

God Save the Queen Lyrics
 
[Verse 1: Johnny Rotten]
God save the Queen
The fascist regime
They made you a moron
Potential H-bomb
God save the Queen
She ain't no human being
There is no future
In England's dreaming
 
[Bridge 1: Johnny Rotten]
Don't be told what you want to want to
And don't be told what you want to need
There's no future, no future
No future for you
 
[Chorus: Johnny Rotten]
God save the Queen
We mean it, man
We love our Queen
God saves
 
[Verse 2: Johnny Rotten]
God save the Queen
'Cause tourists are money
And our figurehead
Is not what she seems
Oh, God save history
God save your mad parade
Oh, Lord, God have mercy
All crimes are paid
 
[Bridge 2: Johnny Rotten]
When there's no future how can there be sin?
We're the flowers in the dustbin
We're the poison in your human machine
We're the future, your future
 
[Chorus: Johnny Rotten]
God save the Queen
We mean it man
We love our Queen
God saves
 
[Instrumental Solo]
 
[Chorus: Johnny Rotten]
God save the Queen
We mean it, man
And there is no future
In England's dreaming
 
[Outro: Johnny Rotten]
No future
No future
No future for you
No future
No future
No future for me
No future
No future
No future for you
No future
No future for you

sexta-feira, 1 de julho de 2022

THE BRITISH INVASION - ELECTRONIC

 




SOPRO DE VIDA

Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 


Somos Marte, Não conseguimos respirar, Quem imagina que se pegue de um homem de nosso vizinho, Onde absorve o oxigênio do ar livre e puro nos pulmões, Para tirar-lhe os jeans e a camiseta, Meter-lhe num traje e num capacete, E fazê-lo dançar e cantar músicas, Ele é terra, No alto de uma montanha congelada e rarefeita, Ou nas profundezas de mares silenciosos como ventres maternos, Sua vida respira não sei que elegância, Gravidade e sutileza, Não conseguimos beber nem comer, Ele imagina que se pegue de um de nós em nosso orbe sem mundo, Onde não ingerimos água pura e livre dos rios doces em nossas gargantas, Onde não introduzimos, Pela boca, Alimentos puros e livres da natureza e sua beleza, No estômago, Mastigando-os e engolindo-os, Para tirar-lhe a sede e a fome, E meter-lhe num corpo físico com alma, E fazê-lo viver humanamente possível, Ele não é Marte, Por baixo de um chão arenoso de zarcão, Ou no pico mais alto de todo sistema, Só o vento continua soprando não sabemos que fúria, Fatalidade e providência, Não somos terra, Não entendemos o sopro da vida, O que não criamos, O que sem saber destruímos, O que somos e esperamos.


THE BRITISH INVASION - DEXYS MIDNIGHT RUNNERS