domingo, 1 de outubro de 2023

THE PASSANGER

 

 Texto de autoria de Austmathr Viking Dublinense com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DAS MÚSICAS DOS VÍDEOS POSTADOS NO FIM. Sem elas, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche)

Eis aqui mais uma interessante e bela poesia de AustMathr. O tema é super manjado, como dizem os brasileiros: todos nós sabemos que só estamos fazendo um curta passagem por esta vida, sem sabermos o que ela significa e que importância há na brevidade de um simples piscar de olhos. Notem, no entanto, que o texto fala de pessoas estranhas: Quem pode ser uma pessoa que se confessa imprestável e irresponsável, que não precisa rezar, não precisa mais fazer experiências com a humanidade e que, mesmo sendo tão curta esta passagem, ainda enaltece uma mulher jovem e formosa e que deve ser adorada. Quem é este homem e quem é esta mulher? Em cada texto que escreve, AustMathr sempre escolhe uma ilustração que simboliza os olhos do texto.! No entanto, o que se vê nesta escultura é paradoxal: ao invés de estarmos descendo para baixo da terra que é o destino de todos nos, estamos brotando dela para a superfície! Alguém consegue explicar? AustMathr sempre homenageia a música britânica, a melhor do planeta, aqui com THE PASSAGEM de SIOUXSIE AND THE BANSHEES, e sempre que pode, ele homenageia também o que há de melhor na música brasileira, aqui com NUVEM PASSAGEIRA de HERMES AQUINO, cantada por ELLEN OLÉRIA.
Gwendolyn Marie-Baxtor (vulga Inglesa Luso Chinesa) 
1 de Outubro de 2023

Estou aqui por fração de tempo, De piscar de olhos de esplendor e um sem fim de tédio das lembranças, A totalidade de minha alma não se demorou na honestidade, Já fui fichado, Quase detido, Um pouco foragido, Um pouco escondido, Nos meus ancestrais, A eles rezando as ave-marias de mais de um terço, Sumindo devagar no crepúsculo, Surgindo em silêncio na boca da noite, Embora andando proscrito, Sou passageiro que correu as sete partidas, Oferecendo o que tinha a este ou aquele, Sempre na esperança de que algum dia me pusessem à testa de alguma responsabilidade, Enganando este ou aquele, Oferecendo o que não poderia, Sempre na ignorância de que em nenhum momento me pusessem diante de uma falsidade, Mas como um galheta, Um mísero desterrado, A morte me arrancará os ferros, Ela é sobre-humana, Dona da eternidade, Divindade das águas, E das terras, Indiferente à dor, Às alegrias, Aos desgostos, Imune às paixões, Surda aos gritos de desespero e solidão que saem do chão e chegam aos céus impassíveis, De azul enegrecido, Marfim ebanizado, Remontando minha pálida velhice aos primórdios sumerianos, Opondo-se ao meu desejo, De ser a criação, A destruição, De não mais precisar rezar, De não mais precisar aqui permanecer, Encerrar minhas experiências com a humanidade, Impor minha vontade, Saber o que o mundo não sabe, Ser a verdade revelada, O Salvador, O Omni Sciente, O Ubíquo, Porém, Na minha breve passagem pela vida, Você ainda é para mim mulher nova e formosa, Portanto adorada eterno seja.