quarta-feira, 21 de agosto de 2024

IDEIA


Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98


Desfilam num repertório de noções as favoritas e as marginalizadas, E com estas últimas se dá, Inevitavelmente, De encontro na obcecada busca por imitações fraternas das mais preferidas, Muitas continuam negligenciadas, Algumas deslembradas surpreendem com seus préstimos para belas poesias, Outras com suas proficuidades para prólogos e epílogos de bons contos, No coração de apenas uma reina uma singular mistura de abrupto estanque da existência e os lamentos de costume, Sinistramente engrossados, Funesto ode que sem sentença desperta a imagística, Suscita uma elaboração intelctual tendente ao concreto, Carente do abstrato para ganhar vida, Clamante do degustar da alma de tudo que precede aquele momento mágico da concepção, As sensações emanadas do espírito que a mente interpreta, Descreve e enquadra num proscênio, Cercadas de luzes surrealistas, A inteligência que retorque a alma numa linguagem que traz o passado ao presente e incita-a a expurgar o que de resto sucede a mescla na sede dos sentimentos, E ambas embrenham-se além da linha do horizonte, Entram em alto mar e se veem cercadas de água por todos os lados, Onde se navega com mais cautela do que na boa e rápida partida, Onde se baila, Se oscila e se equilibra, Com réplicas e tréplicas, Sem estribilhos e bordões, Com enésimas contra tréplicas e revelações, Com o tempo viajando bem mais lento, Sem perder a objetividade estática do valor relativo das asseverações, Da centralização das opiniões, O embate das argumentações, A fragilidade da condição humana, Sem perder a subjetividade dinâmica das iniciativas, Das esquivas, Das manobras, Dos vacilos, Das investidas e recuos, Da individuação, Da intuição que já não atina para terra firme, Porque a magia leva o futuro de volta ao passado e eterniza o jogo de palavras e ideias que aguça a imaginação.


UM MÁGICO TOQUE FEMININO

Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98

Alienado e mortificado, Com este marasmo, De agravar meu tédio, A atiçar-me pecados mortais, De gula, Preguiça e lascívia, Assalta-me o fastio desta vida, Seguida por invisíveis passos de despotismo, Invisibilidade embutida em habilidade, Que toma tudo que vê e não vejo, Como quem toma armas em defesa de sua soberania, Seu toque é oculto, Usa do maior recurso do poder, Diante de um único homem, A dependência, E sua criadora imaginação, Mas não tem coração de ver-me tão só, Sei seu nome, Mas não sei quem é, O espaço aqui é quase infinito, Mas sua sombra sempre justapõe-se à minha, Qual de nós dois aqui é o mais fingido? Você com sua inacessível divindade? Ou eu com minha carência de um toque humano? Vamos deixar nossos propósitos escapulirem? Quisera ver outros rostos estranhos mesmo sem bondade, Quisera ver milagres de cera, de ouro e de prata, Velas e painéis votivos, Trazidos por outras gentes como eu, Faltos nessas redondezas, Dispenso suas bênçãos tomadas a cachorro, Sua piedade de execrados como Judas, Seu insincero louvor que exclui a crítica, Ninguém come do pão de seus paraísos celestiais, Ninguém bebe do sangue que jorra de seu único filho, Isso mesmo, Vingue-se de minha insolência, Colocando ao meu lado outra de minha espécie, Que não te obedece, Que subverte seus planos, Provoca sua ira animal que sempre escondeu, E nos expulsa para um mundo mundano, Que sempre vislumbrei através do passado recente, Não querendo ver minha existência tão desperdiçada, Sempre procurando por uma pista, De como chegar a você, Mulher, Rogue a mim a mesma praga que você rogou a ele, Jogue em mim mais de uma vez este seu feitiço, Jogue em mim este toque mágico e feminino de fêmea, Sal da terra que este deus não consegue saborear, Luz deste mundo que o todo-poderoso não consegue apagar, Mágico toque feminino tirado de minha costela, Mulher embutida no homem, Sem o qual o homem e sua humanidade seriam insípidos, E deus um frustrado homossexual masculino.

MISS LIAR, SITTING PRETTY, LITTLE LIES IN A ROW

Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. LEIA O TEXTO AO SOM DA MÚSICA DO VÍDEO POSTADO NO FIM. Sem ela, a vida seria um erro (Friedrich Nietzsche)

Todo mundo emprenha pelos ouvidos, Mas eu queria você longe dos meus, O que saem de seus pequenos e grandes lábios?, Farfalhices e bazófias, Os incautos que caem em suas unhas postas fora, Antes do cruz-credo, Quia absurdum, Adoecem de saber você doente, Viram defuntos matados, Tua ideia de mentira, Representa a mola das mortes, As mães, Filhas e maridas que você sepulta, Sem mostra especial de sua frieza, Razão pela qual a esquizofrênica pseudo-intelectualidade, Congênita à falsa mulher e inseparável dela, Não pode deixar estancar o corolário de imoralidades nestes tempos que sublevaram todos seus antigos valores e temores, Dia desses você mandou assassinar seu ignoto empregado em viagem a trabalho no exterior, Pediu à sua advogada para lhe ensinar a trasladar restos mortais sem corpo de prova, E ao seu marido, Primeiro que a ninguém, Você atira a bala que quebra ossos e atravessa pernas, E a ti mesma, Última que a todos, Disparas o projétil que se aloja no ombro e urge uma prótese, Olhe, Pois, Que tuas rezas são hipocrisias das desavergonhadas que não podem, Eternamente, Levar à paciência de Jó os seus incógnitos irmãos da terra e de longínquas galáxias, Ora, Como tudo cansa, Suas grandes petas acabam por exaurir-me também, Seu vício artístico de reduzir, Pela sobrevivência, Todos os otários e cornos bravos a uma única estirpe, Torna seu mundo uma monotonia abominável, Quantos espíritos alemães de nome Fritz você já invocou? Quantas vezes mais você matará a si mesma, E enterrar seu pai, Seus filhos e seu próprio marido? 

'Oras, Meu bem, basta-me saber que sou muito triste com minhas mentiras, E já serei, Na verdade, Muito menos'.

TONS


Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

Na Drupa 1996 em Dusseldorf, Comprei uma paleta com todos os tons das cores infinitas do universo, Todas decompostas pelo seu olhar, Na sua cabeça, Trançada em bandós de grossas madeixas, Espalhando-se pelo céu noturno até o brilharem de estrelas gloriosas, Quando você se vestia de azul, Parecia Rígel em Órion, Quando deitava-se ao meu lado de branco, Seu corpo era um estro poético, Acalentando-me como Vega em Lira, Já fui teu Sol, Amigo de teus heróis, Aquele que te seguia sob um calor de cinco mil graus, O auriga de seus cachos enredados, Não sou mais o guardião de suas noites, O mata-borrão do batom vermelho de seus lábios carnudos, Escrevi mais de cem canções para você quando era jovem, Nenhuma à altura de Schubert, Que compôs cerca de 800, Das quais uma centena maravilhosas, Somente comparáveis a Mozart, E tive que esperar muito tempo até os Beatles chegarem para superá-los, Passo o tempo esperando pela chuva, Como nos seus dias ingleses, De mãos dadas na aurora das ruas de Viena, Para ver suas cores nascendo por toda parte quando a luz vai despertando, Quando as nuvens derramadeiras dão lugar às noctilucentes, E um arco-íris vem te procurar.