sábado, 6 de julho de 2024

UM FIM DE SEMANA DONZELA

Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

Passe um fim de semana comigo, Antes que minha sorte acabe, Seus caprichos são imprevisíveis, Não haverá nenhum santo de guarda, Podemos xingar de tudo quanto é nome feio, A mulher do meu colega de Macau trabalha na Panam, Ela consegue passagens de ida e volta para Nova Iorque de graça, A empresa se aproveita do chinês, Com sotaque de Portugal, Para levar e trazer amostras de produtos de clientes americanos, Não vamos desperdiçar o viajante, E tampouco roubar-lhe a bagagem, O que há dentro dela? Oras, É o edifício Dakota onde John será assassinado dentro de 12 anos, Vamos saltar mais 9 anos no tempo, Este fino Senhor, Requestado, Por todas as valentes damas e cavaleiros, Igualmente amantes e guerreiros, Todos, Por causa de um só minuto de nostalgia e tédio da memória, Recomenda-se, Portanto, Que se abandone este dono da relatividade quando o sol estiver abaixo do horizonte, Pois não podemos salvá-lo no momento próprio, Olha só, Um bom hotel aqui na quinquagésima com a Lexington para o pernoite, Não precisamos mais descer em pousadas, Vamos subir, Cruzar a Park, Depois a Madison, Mas não viramos à direita, Hoje não é dia profesto, A quinta, Com seus olhos coruscantes, Compostura de excessivas feições de primor, Fica para trás, Seguimos adiante e entramos no Radio City Music Hall, Será que a tribo dos queridos gatinhos e a noite nos escolhem para ascendermos para a ionosfera e voltarmos para uma vida nova?, Não é aqui? Na Broadway? Então para lá vamos e aproveitamos para ver o que sobrou dos vinis novinhos em folha que perderão o lugar para os discos compactos, Sabe, Quanto mais te ouço, Mais te amo, De verdade, Você não é a distância que, Através da saudade, Transporta aos amantes a imagem da pessoa amada, Você me passeia como um filho embalado nos braços de uma mãe, Me distrai como uma criança com seu brinquedo, És minha árvore mais altiva, E, Enquanto caminho, Minha sombra cobre todos os frutos que você esparrama pelo chão, És um canto de ave que me leva mais alguns anos ao futuro, Para o Forte de Loh, Onde um rio, Feito canal, Corta a cidade, E meu coração, Suas águas plácidas correm ao nível do gramado, Quase a transbordar, E nelas meu barquinho de papel poderia navegar, Como os fenícios nas suas esguias trirremes, Procurando a pálida estrela polar, E essas águas? Elas são como diamantes, Achados aos punhados, A cada lavagem, Sabe, Quanto mais te escrevo, Mais te amo, De verdade, E por estar sempre correndo rios de tinta, Sem você minha bibliografia é paupérrima.