Texto de
autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei
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Ela é feia e de baixa estatura como ele, e quando feios e baixos se multiplicam tornam-se depravados e turbulentos, e quando nos vemos frente a frente com depravados e turbulentos chamejamos avisos rubros, porque eles vestem roupa cargo sem nada rubro por baixo e poderiam ser Safo ou ninguém, Alceu como eu, porque sem máscaras poucos conseguem ser alguém. E elas socializam com os maridos como se quisessem provar que não se separarão, e eles são gárgulas encharcados de vodka e cerveja, levando a vida conjugal em banho-maria, fazendo amor em salmoura, e ninguém sabe se eles têm sido mais falsos fora do vidro de condimento do que dentro, e poderiam ser Zen ou ninguém, Maria como judia, porque sem máscaras eles não conseguem ser alguém. E ela é beata tanto quanto ele delira, e quando beatos e delirantes se juntam tornam-se requisitados e endeusados, e quando contrariamos os desígnios dos requisitados e endeusados eles correm de burro quando foge, porque vestimos camiseta gola de padre com colete ultrajante por cima e poderíamos ser Mara ou outrem, Alfredo como remedo, porque sem bengalas não chegamos até ninguém. E ela é famosa e homem como ele, e quando famosos e másculos se exilam tornam-se suicidas e combatentes, e quando estamos frente a frente com suicidas e combatentes chamejamos avisos amarelos, porque eles se travestem de fervor sem continência dourada por dentro e poderiam ser lírico ou ninguém, político como poético, porque amor e liberdade não têm porém. E elas dão ouvidos aos estranhos como se quisessem provar que eles não falharão, e eles são milongueiros soterrados em promessas e mentiras, levando uma vida em banho-joão, fazendo amor em conserva, e só Deus sabe o que eles verdadeiramente são entre quatro paredes e além delas, e poderiam ser Armando ou ninguém, Armando como ando, porque quem não usa máscaras não se detém.