quarta-feira, 13 de setembro de 2023

CÚMPLICES

Texto de autoria de AustMathr com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

Em cada texto que escreve, além de escolher a ilustração adequada, AustMathr sempre homenageia a música britânica, a melhor do planeta, aqui com GIMME SHELTER da banda THE ROLLING STONES, e também o que há de melhor na música brasileira, aqui com ADMIRÁVEL GADO NOVO DE ZÉ RAMALHO.

Todos os dias têm seus momentos, Com suas momices, A fartura de nossas carnes prazem e sofrem em nossas próprias peles, A abstinência do nosso amor vive de tempos alitúrgicos, Oh Nosso Senhor, Ensina Teus servos, Que padecem o tormento da incerteza, Da indiferença, Que te agradecem pelo coração que não sente, E pelos olhos que não veem, Oh meu Deus, Largo é o Teu caminho que Te leva à perdição, Estreita é minha porta, Sitiada pela Sua Eva de seios gordos, Que se esfregam em meu rosto quando entro, O que Tu deixas penetrar, Sempre sai, Sob um signo feliz, Quando alguém vem ao Teu mundo, Pela lua nova, Alguém parte debaixo de um sinal mofino, Pelas expensas de Sua religião que recrudesce, À proporção que minguam os Seus bem-aventurados, Você nos deu uma hora para mais viver, Raramente perdoa os que não vivem o bastante, Você nos deu uma hora para mais matar, Raramente perdoa os que não matam o bastante, Você nos deu um sol que raia para todos de boa nascença, Uma chuva que derramas e inundas sobre todos Teus injustos, Oh meu Deus, Tenhais temperança, Fazemos de teu ódio pela humanidade nossa vingança, Oh minhas irmãs, De suas rajadas de furor, De suas tempestades da vida, Tiramos nossa bonança, Tiramos suas noites e suas auroras, E suas esperanças, Oh meus irmãos, Somos peixes que vivem sua própria vida, E ignoramos o curso das águas, Oh meu Deus, Olhe estas crianças, São elas que tiram de onde não depositam, E colhem o que não semeiam?, Oh minhas crianças, Não vos aflijais, A bala perdida é só um disparo, Vocês estão apenas a um tiro de distância.




MARIA BRASILEIRA DO MUNDO INTEIRO


Texto de autoria de AustMath com direito autoral protegido pela Lei 9610/98

Neste texto, AustMathr homenageia o que há de melhor na música brasileira, aqui com MARIA SOLIDÁRIA de BETO GUEDES.

Maria que é a Maria, É cheia de graça, Cheia de raça, É Madalena, É mãe e tia, É Mariana, É Ana Bolena, Tem corpo que arrepia, Não tem quem não ama, Casada ou solteira, Solidária e companheira, Morre esposa traída, E de seu ventre sai uma rainha, Mulher destemida, Mais poderosa que o rei no xadrez, Lava, passa e cozinha, Não há doce que ainda não fez, Doce de amendoim que o menino roubou, Grita pede, moleque, que te dou, É bonita e valente, Não tem medo do sertão, Não tem medo do que não sente, Luta com o coração, Reza Ave-Maria, Compadecida, É quase negra como Nossa Senhora Aparecida, É a Maria judia, Que inventou o banho-maria, A gororoba com coco ralado, Que ficou mais mole que seu nome, Miriam soberana do hebraico modificado, Que em grego virou Maria, Cobiçada por todo homem, Por toda Maria, Que não vai com as outras, Tem sua ideia factícia, Alma pura como poucas, Ajuda todos os seus, É a preferida de Deus, Brilha no céu, Como Três-Marias, Cada uma com seu véu, Abençoando todas as romarias, Dança no ar enquanto trabalha e canta, Lança sob o luar seu charme enquanto a noite avança, E sob o sol, Sua meiguice que nos encanta, É Maria do futebol, Alegria do povo, É Maria de todos nós, Que desafia quem nasceu primeiro, Pingo D'água sem nós, Nem a galinha nem o ovo, É Maria brasileira do mundo inteiro.