Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98.
Deus te levou a salvo, Mulher de César, Amistosa e conciliadora, Por entre nuvens pacíficas, Soprou-lhe brandas aragens, E para você avermelhou a bonança de céus de rosa, Toda azul e tranquila como um lago suíço, E apagou as velas que ardiam espalhando sua livor mortis marmórea, Deixando-lhe na justa companhia de seu nome, Mas não me deixe, Não me deixe sair correndo do mundo, Não me deixe sair correndo para me salvar, Traga-me de volta em segurança só com seu olhar, O Deus cego te feriu, Mulher de rua, Humorada e zombeteira, Nos seios de tanto aroma, Roubou-me beijos de fogo de tanta vida, E para mim plumbeou um tempo de afogar a terra, Todo cinzento e vazio como a rua de um cemitério, E acendeu as velas que ardem espalhando tremulamente um azul desmaiado e funéreo, Deixando-me na justa companhia de meu pesar, Corra, Corra para se afastar do perigo, Corra para a morte não te pegar, Ou ensina-me a não ter medo e ficar, Peça a seu Deus para te ajudar, A me convencer, A confiar e não evadir-me, A virar-me e arrastar-me, Resignadamente, Como um boi desfilando na passarela de um matadouro, Com o corpo meio robótico, Meio hipnotizado, Como um rato encantado pela sua flauta Hamelinista, Mas com a mente lúcida e a meditar, Se corro e não paro, Morro, E com medo sigo disparando e sustando, Sem saber para onde vou quando a existência cessar, Para a morte ou um sumiço, Que é pior que morrer para quem fica e procura, Como vivo te procurando, E me pergunto o que acontece, Para quem desaparece, Só perde você e nunca mais te verá? Fica sumido até morrer? Ou também procura como os que ficam? E se você só despareceu e um dia resolve voltar? Como quando durmo, Sonho, E sumo, E vou para lugares que não conheço, Onde posso te encontrar, E retorno ao meu mundo ao acordar?