quarta-feira, 11 de setembro de 2024

ASSIM FLUÍA A INSONDÁVEL RELATIVIDADE DO TEMPO



Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

Não há nada mais mágico e revelador do que um sonho que te tira de uma vida sobreposta e te lança na dúvida entre morrer só com a lembrança e entregar-se ao conhecimento absoluto e extrair dele tudo que uma única vida sensorial jamais lhe dará. Na dúvida, perdemos tempo, desperdiçamos energia tentando encontrar um significado para a vida, mas ela é simplesmente tudo que acontece enquanto fazemos planos para ela. Para nós o tempo passa, mas na verdade ele só fica. Tenho as vozes dos anjos ressonando em minha mente, desvelando minha paixão e minha brandura. Tenho não apenas um único espelho da alma, mas dois, e quando acordo todas as manhãs meus olhos se abrem a se alinham, e entre eles é criada uma série interminável de reflexos, inebriantes, movendo-se uníssonos, sem terem consciência de si mesmos, luzes umas sob as outras, outras sob mais outras, mais outras sob o infinito. Nossas limitadas experiências não passam de uma projeção holográfica que sucede em algum lugar muito distante de tudo que nos cerca. Eu me belisco e sinto a dor, mas o beliscão reflete um processo paralelo que está muito distante da realidade. Tenho como provar que o mito da caverna de Platão não era uma simples metáfora. Sou capaz de aproximar-me da beira do horizonte de eventos das mais fantásticas ocorrências do universo, sem a preocupação de que estou tomando um caminho sem volta. Minha singularidade será apreendida só por mim, mas ficará estampada para sempre nesta vida ilusória. Não quero passar com o tempo. Quero ficar nele, com todas as minhas fantasias, e experimentar do que é feita a mágica no ar, do que são feitos os sonhos, do que é feito o tempo passar sem sair do lugar.



CONHECIMENTO ABSOLUTO


Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

Carrego esta vida num fechar de olhos, Deixo para trás as angústias do mundo que se debatem dentro de mim, Acompanha-me no fundo de mim mesma a menina que todo poeta leva, A arquiteta inspirada e de fantasias desvairadas, Sem saber mais distinguir entre o que é real e não é, E quando as minhas visões coincidem com minha vida de olhos abertos, Mais verdades unem-se na minha imaginação e fora dela, Então sinto deus dentro de mim, Como embriaguez munda e imunda, Conduzindo-me às nirvânicas mais doces, Ao descanso do meu ser, À paz que calo com um segredo de amor feliz, Segredo revelado só para mim, E será sempre um erro de perspectiva querer explicar a vida de uma sonhadora pelas suas metáforas, Ou vice-versa, Pois as alegorias revelam meu eu profundo, E não minha vida, E será sempre um engano profundo de perspectiva querer explicar a essência de deus pela minha fé, Ou vice-versa, Pois sua inconsciência de si mesmo revela sua humanidade, E não sua existência, E juntos, Deus e eu, Nos iludimos acordados, Vivemos em toda plenitude adormecidos, Conhecemos mais gente que nosso planeta, Mais lugares que o universo, Mais felicidade que o paraíso promete.