Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98
Pequena mãe órfã de um grande filho, De coração deportado, Você precisa saber que no meu mundo tornei-me
apenas um maltrapilho, Com espírito aquebrantado, Minha indignação
foi não ter vivenciado à plenitude todos os seus dias, Não só este estranho
esquecimento é imperdoável, Mas até pode ser providencial e premeditado, Se
Deus padeceu-me da moléstia que oblitera a memória, Então dê-me seus pequenos
pés para calçá-los, Dê-me seus pequenos pés para beijá-los, Minha
pequena tia engrandecida por uma nobre alma, De espírito inconformado, Na encruzilhada de nossos mundos só pude bater-lhe
palma, Com contentamento deslembrado, Seu silêncio que parece ser
eterno deve ter sido votado em prol de minha liberdade, Seu paradeiro,
Revelai-me, Se quiser e puder, A seu tempo, Seu hospedeiro, Deixai-o ao seu
discernimento, Você pode ter perdido a direção, Mas não se arrepende desta
inexplicável danação, Agora tenho novos cadernos para você ensinar-me a
escrever meu nome, Tenho novos cadernos para você gravar a lembrança que não
some, Minha pequena avó órfã de um grande neto, De humildade sem
igual, Perdi para o seu mundo nosso melhor e único afeto, De entrega
incondicional, Minha redenção só pode ser alcançada com suas deficiências
de nascença, Com sua repentina e sinistra premonição, Consequência oportuna de
um destino encoberto, Que foi, Em suma, A razão pela qual sua prostração ao
chão em agradecimento, Congênita à grandeza de uma mulher corajosa e
inseparável dela, Não podia querer estancar a morte no momento em que traga-se
a dor, Degrada-se o temor, E subleva-se o amor, Então dê-me seu pequeno colo
para me recostar porque ainda não passei de uma criança, Dê-me seu pequeno colo
para cochilar porque ainda preciso sonhar com minha infância, Minha
pequena irmã, Você precisa saber que ainda tenho dentro de mim sua última
bênção, Tenho dentro de mim toda sua solidão.