terça-feira, 14 de maio de 2024

UM DIA VISTO À NOITE


 Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98


Ela foi levada pelo amor, Pela janela, A porta estava trancada, E a chave torta, Foi tudo embora, Mundo afora, Casa e esperança, De onde sai tanta gente com tanta lembrança? Que aqui tem a vida estancada, Indiferente e ensimesmada, Perdida na realidade, Em busca de verdade que não existe, Só ela insiste, Nada houve em Roswell, O desastrado caído do céu, Só eu sei que ele pode ser turista e tão bom quanto um samaritano, Quanto eu um sonhador Joyceano, Shakespeariano, E já agora perco o fio da meada, Sobre o que falava, Aquela paixão arrastada pela esteira rolante da matéria da escuridão, Até o final da luz, Onde ficamos todos nús, Acabados, Tristes, E a felicidade andando de lado, O meu medo avançado, Estica meu dedo para ser tocado, Como se nossa existência fosse mágica, A morte esquecida em sua inexorabilidade, Trágica na sua previsibilidade, E como diz aquele homem, Toda essa gente solitária, De onde elas vêm? De onde elas são? E como disse aquele outro homem, Sabemos como é estar morto, E se sente como se nunca tivesse nascido, Isto é muito parecido com tudo que penso à noite, Com o açoite da depressão, O americano exilado na Rússia, Adaptado à solidão, O mentalista que encontra nomes que o inconsciente desconhece, Isso me adormece, Até quando o dia me amanhece, E sigo doente, Como dor de dente em todos os ossos do corpo, Nascido torto, E assim partirei, Esperando encontrar a fenestra que me dei largada aberta, E o amor que me tirei trazido de volta, Como um pedaço de coisa preso ao rodopio do vento, Dançando arisco e lento, Neste mundo fantástico, De tanta beleza, Fico estático, Com tanta riqueza, Não me aguento, Não levo jeito, Só tento.