sexta-feira, 1 de julho de 2022
SOPRO DE VIDA
Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98.
Somos Marte, Não conseguimos respirar, Quem imagina que
se pegue de um homem de nosso vizinho, Onde absorve o oxigênio do ar livre e
puro nos pulmões, Para tirar-lhe os jeans e a camiseta, Meter-lhe num traje e
num capacete, E fazê-lo dançar e cantar músicas, Ele é terra, No alto de uma
montanha congelada e rarefeita, Ou nas profundezas de mares silenciosos como
ventres maternos, Sua vida respira não sei que elegância, Gravidade e sutileza,
Não conseguimos beber nem comer, Ele imagina que se pegue de um de nós em nosso
orbe sem mundo, Onde não ingerimos água pura e livre dos rios doces em nossas
gargantas, Onde não introduzimos, Pela boca, Alimentos puros e livres da
natureza e sua beleza, No estômago, Mastigando-os e engolindo-os, Para tirar-lhe
a sede e a fome, E meter-lhe num corpo físico com alma, E fazê-lo viver
humanamente possível, Ele não é Marte, Por baixo de um chão arenoso de
zarcão, Ou no pico mais alto de todo sistema, Só o vento continua soprando não
sabemos que fúria, Fatalidade e providência, Não somos terra, Não entendemos o sopro da vida, O que não criamos, O que sem saber destruímos, O que somos e esperamos.
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