quarta-feira, 21 de agosto de 2024

TONS


Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

Na Drupa 1996 em Dusseldorf, Comprei uma paleta com todos os tons das cores infinitas do universo, Todas decompostas pelo seu olhar, Na sua cabeça, Trançada em bandós de grossas madeixas, Espalhando-se pelo céu noturno até o brilharem de estrelas gloriosas, Quando você se vestia de azul, Parecia Rígel em Órion, Quando deitava-se ao meu lado de branco, Seu corpo era um estro poético, Acalentando-me como Vega em Lira, Já fui teu Sol, Amigo de teus heróis, Aquele que te seguia sob um calor de cinco mil graus, O auriga de seus cachos enredados, Não sou mais o guardião de suas noites, O mata-borrão do batom vermelho de seus lábios carnudos, Escrevi mais de cem canções para você quando era jovem, Nenhuma à altura de Schubert, Que compôs cerca de 800, Das quais uma centena maravilhosas, Somente comparáveis a Mozart, E tive que esperar muito tempo até os Beatles chegarem para superá-los, Passo o tempo esperando pela chuva, Como nos seus dias ingleses, De mãos dadas na aurora das ruas de Viena, Para ver suas cores nascendo por toda parte quando a luz vai despertando, Quando as nuvens derramadeiras dão lugar às noctilucentes, E um arco-íris vem te procurar. 


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