Texto de autoria de Alceu Natali com direito autoral protegido pela Lei 9610/98.
Chorou o universo quando acabou
Seu pranto ecoou no infinito
Encontrou-se com seu rugido de nascença
Consolaram-se os dois
Criaram um novo canto
Amálgama da concepção
Com o remanescente do nada
Aos poucos se distanciaram
Por quase uma eternidade
Um a emudecer
Outro a soluçar
O vazio confessou seu pesar
Pelo fim inexorável e esperado
Enlutou por quase uma perpetuidade
Até chegar a hora de voltar a obrar
Juntou todos os invisíveis do umbral
Deu-lhe um casulo protetor
Inflou-o até explodir
O berro sibilante do recém-nascido
Abafou os últimos sussurros de seu antecessor
Acordou toda a escuridão
Ofuscou-lhe os olhos com um clarão
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