terça-feira, 25 de junho de 2024

VESTIDA DE MODÉSTIA



Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98. 

A lua dona da noite, O sol do dia, A terra de sua vida, O ar da respiração murmurada, Para os ventos gerais reinarem, Renderem-se à doidice de seus sopros, Feito bando solto de demônios travessos e brincalhões, As nuvens carregadas não tomadas por Juno, Para Zeus brandir o raio com que troveja, Num relâmpago sobre dezoito chuvas, De muitas primaveras por viver, Sobre meus outonos avançados, Cobertos com o branco e vermelho de minha antiguidade, Sob seu pleno viço, De olhos negros, De alma da cor do mar profundo em tempo límpido, Despe-se do amor-próprio, Qual árvore das folhas, Qual névoa rompida pela luz da manhã, Toda veste-se de desapego e suficiência, E caminha para o universo, Para uma festa à fantasia de buracos negros, Com sua aura luminosa de horizonte de eventos como único adereço, Tocando nos infinitos astros de meia-claridade que lhe guarnecem o espaço, E de espaço, Ouve-se notas longínquas de uma melodia que escapa-lhe de boa mente, A cantarolar palavras no interior de uma simplicidade singular, Vedada ao mundo, Ocupado com a loucura de suas importâncias, Feito solitário preso em anjo desenxabido e macambúzio. 


Um comentário:

  1. “Vestida de modéstia”: despojada, abnegada, desprendida, entrementes no contexto de uma poética inebriante, enlevada!!!!

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