Toda uma vida vivida, Todo um
trabalho de Sísifo redobrado, A pleno fulgor, Todos os amigos de semideuses,
Todos os sois translúcidos e unidos, Ainda me dado a ver, Renascendo, São seus,
Todas aquelas colossais águas, Descendo, Por sendas destorcidas, Do alto de
cachoeiras para o infinito, Entre sortilégios tão indecifráveis, Quão eterno
instante de ventura, Adorado seja, Devolvo ao seu olhar, Todos os luares
correndo as horas sobre suspiros, Doces como prelúdios de harpa, Sobre a
singeleza de seu corpo, Mais leve que uma folha de magnólia, Caído do céu na
noite desfeita em estrelas, Lua de junho argêntea nos campos, Brancura de luz
das manhãs silenciosas, Devolvo à sua lembrança, Todo frio susto que corre pelas
minhas veias, Todo meu fogo que arde em febre sem se ver, Tudo que me acalma e
me endoidece, Que me eleva e me abate, Te dou, Com o coração na
mão.
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