Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luos-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98.
Solitário e perdido em pensamentos, balançando na rede de quatro chinelos, Sob pouca luz deitada pelo lampião, O jardim de inverno vê a noite cair com o mesmo viço das tenras primaveras de meu espírito, Os últimos raios de sol ainda ouvem o canto dos pássaros que mistura-se ao murmúrio das ondas lavando a praia, Uma repentina viração atravessa as persianas a lufadas brandas e acaricia-me o corpo, E nela viaja uma voz celestial e arredia que toca minha alma, Tirando presságios do canto do eterno feminino, E sai à ligeireza no feitio misterioso, No feitio do crepúsculo Nortumbriano, Rumo ao norte, Onde não sei seu nome, Onde nunca vi seu rosto, E saio a procurá-la nos lugares que não frequenta, Dos quais vive longe e não tem companhias, Mas ninguém atina com a descrição de onde de súbito passou tão fascinante cantar como se tivesse sido subtraído de seu lar, E abandonam-me na multidão para folhear milhões de faces até meus olhos se encontrarem com os dela, Sem precisar pedir-lhe para produzir sons melodiosos e encantados, Pois reconheço-a pelo seu encanto que chegou pelos céus, Atravessando oceanos, Levando-me a perde-la de vista, Até embrenhar-me noutra multidão da qual vivo longe, Que não frequento, E surpreendo-me com a companhia de sua voz que ecoa pelo ar, Trazendo-me de volta ao meu remanso, Onde não há sol para partir, Apenas jardins de flores para juntar sedas-azul e guanambis, Zumbidos de abelhas e silenciosos mares de unções, E uma suave aragem que se demora até o anoitecer das estrelas, Com seu rosto e seu nome nela impregnados, E seu canto inebriado na funda contemplação da arte de causar emoção, Brilhando-me o êxtase em todo seu esplendor.
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