Água calma, espraiada ao sabor da cor do céu
brigadeiro, do mar profundo em dia translúcido, espelha a esmeralda das
encostas, a safira do firmamento límpido, o dourado do sol alto, o arco-íris da
bonança, dando reflexos multicoloridos à vida submersa, à que brota na
superfície, à que se ergue às alturas, à que prolifera neste paraíso, e teu
silêncio é rompido pelo distante espocar de nuvens esparsas que se uniram para
gotejar, cada pingo rufando silencioso, águas do empíreo com as águas da terra,
espargindo o doce sobre a graça, o espírito e a vivacidade, em harmonia e
comunhão, cada um deixando-se tocar e se penetrar, aumentando e diminuindo o
volume, orquestrando o entorno revezado e concomitante, miúdo e torrencial,
abrandando com o vento austero que arregaça as ondas, rugindo com grandiosidade
e elegância, donas do mundo que enfrentam a lua e por ela não recuam, mas se
impõem e aquietam-se quando lhes apraz, então surgem seus contornos graciosos,
de expressão severa e bela, para experimentar os ares do continente a
desfraldarem seus cabelos, caminhar pelos prados verdejantes a encantarem-se
com seus movimentos, pelas ribeiras sombrias a revelarem seus mistérios, pelos
bosques passarinhados a juntarem-se ao seu canto, e a ele também me junto para
cantar-lhe uma canção de amor impossível, mas esperançoso, entre o meu mundo e
o seu, entre a terra e o mar, o mito e a realidade, cercado de enigmas que só o
coração pode desvendar, de simplicidade que você é capaz de entender, de paixão
que você é capaz de sentir, que vem de um lugar antigo que traz saudade, que
tem águas transportando casais enamorados por entre as edificações, que nos
convida a valsar, a relembrar os tempos de cavalheirismo, e como é lindo vê-la
embalar-se ao som envolvente, descontrair seus lábios carnudos e descerrar um
largo sorriso, rodopiar e rodar sua saia alegremente ainda que por poucos
segundos, e como é sublime e lastimoso vê-la valer-se deste instante de
felicidade para abrir sua voz e entoar sua despedida.
quarta-feira, 17 de julho de 2024
AQUELA QUE VEM COM A MARÉ
Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/9
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Ler seus poemas e texto e fazer uma viagem sem sair do lugar!!!Grças a DEUS ainda tem pessoa no mundo assim como você!!! Que nos da o prazer da leitura....OBRIGADA.Muito sucesso pra vc....Bjus
ResponderExcluircom a palavra vc
ResponderExcluirsimplesmente sou o reflexo da novidade
o antitempo diante do tempo
seu tempo
nosso tempo em um hai kai?
ohhhhhhhhhhh
como vc brilha
mais que todas as luzes de uma noite
na harmonia do som
o vínculo simétrico da nostalgia e da contemporaneidade...
sim