Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98.
DEDICADO AO MEU PRIMO JOSÉ URBANO FELTRAN - 1951 - 2019
As nuvens noctilucentes descem, Inoportunas aos mais lindos veranicos de maio, Para sorver os docinhos, E os derramam sobre a água-furtada, Unindo-se ao silêncio e à doçura da noite, Rezando suas ave-marias, E redescobrindo sua alma humana, De sua infinita mansarda, E seus escuros e sinuosos meandros, Como os recortes da costa de um mar faiscante, Abrangido por um vasto horizonte, Lá fora, O jardim tapetado com uma camada de pétalas, Uma última folha de paineira que deu lugar a uma flor, É levada pela brisa de encontro à sua porta, Murmura como onda solitária lavando a praia, Ainda não tem seu sono imorredouro perturbado, Deitada sob o recanto esconso, O desvão do telhado, Infindo para andorinhas e corujas, Altivo e inconquistável pelas enchentes, Sonha como um rio eterno em direção à imensidão dos oceanos, Resplandece o rosto sob o olhar de um anjo que te assiste do alto, Sente seu amor nele manifestado, Desperta sua esperança, Faz jorrar sua alegria, Vem te ensinar a voar, E subir ao céu.
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