Texto de autoria de AustMathr Viking Dubliner e Inglesa Luso-Chinesa com direito autoral protegido pela Lei 9610/98.
Ela agoniza ante o desprezo e a insignificância, Carrega com o coração uma dor que o corpo já não suporta, A dor é fulgurante como o sol escaldante do meio-dia, Rapidamente encoberto por obscuridade passageira pela vida em negra nuvem, Não deixa dormir a sono solto, Como qualquer pobre-diabo das ruas, Que sente o frio da desgraça, Não passa pela vivência, E mesmo assim padece, Ela corrói, Ela precisa de um herói, A dor é terebrante como uma faca que perfura sempre a mesma ferida, Lentamente banhada por sangue abundante de veia só de água insípida, Faz flutuar em seus olhos a fé esquecida, Rouba a caridade que minora o sofrimento, E até a culpa que não se levanta, Ela destrói, Ela precisa de um herói, Ela resiste à queda e ao desestímulo, Carrega na alma um amor que transborda de sua aura, O amor é uma lamparina de azeite que bruxuleia uma luz quase morta, Violentamente atormentada por turbilhões ventosos rangendo mastros de combate, Não deixa acordar da solidão a dois, Como qualquer manhã ruidosa e cheia de disposição, Que sente o calor da felicidade, Não passa pela morte, E mesmo assim mortifica, Ela se condói, Ela precisa de um herói, O amor é um fogo que arde sem se ver, Mansamente incendiado por claridade esperançosa por existir em branca nuvem, Não deixa cantar um mundo dourado, Como todo hino de exultação à existência, Faz escorrer de seus olhos lágrimas reprimidas, Rouba a solidariedade despertada pela privação, E até a razão que se impõe pela comiseração, Ela dói, Ele precisa de um herói, Ela tem uma vida que não pediu a Deus, Só a obstinação e a resistência que Ele lhe emprestou, Ela priva de si mesma e dá aos que não são seus, E a Deus o pouco que lhe sobrou, Ela segue sua sina, Ela é sua própria heroína.
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